José Maria Vieira Mendes brinca com as convenções do teatro

Reunindo sete textos para teatro num só volume organizado como um romance, O Pior É Que Fica brinca com as convenções dramáticas e sugere ligações entre palavras escritas para diferentes espectáculos.

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O lugar de onde Vieira Mendes se entende enquanto dramaturgo mudou em definitivo quando, em 2010, André e. Teodósio (também do Teatro Praga) o convidou para trabalharem juntos num espectáculo que viria a chamar-se Super Gorila Miguel Manso
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Já entraram (e saíram) várias pessoas de cena. Entram mais algumas e continuam a discutir (-se), a tomarem Max por interlocutor, a interpretar o mundo e o lugar que nele ocupam sempre em relação a esta figura ausente. Max, subentende-se nas palavras de alguns, estará, talvez, deitado; certo é que não parece ter existência física e nunca reage a qualquer tentativa de o trazer para a materialização do palco. Quando entra a Pessoa 12, suspeitando de que nesta peça há algo por explicar, queixa-se a Max de que “faltam dados, falta qualquer coisa, não se percebe”. Acrescenta ainda que “não se vê nada, parece que está tudo escondido”. E depois, frustradas, estas pessoas aumentam os lamentos, classificando tudo isto de “pretensioso” ou apenas “ingénuo”. Procuram emoções e motivações, procuram estrutura e procuram respostas. Procuram algo que lhes permita poder dizer: “É isto.”

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