Polícia britânica diz ter descoberto e detido três alegados espiões russos

Dois homens e uma mulher de nacionalidade búlgara viviam há vários anos no Reino Unido. Foram detidos com documentos de identificação de vários países diferentes.

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A operação da Polícia Metropolitana está inserida num esforço para combater o aumento da actividade de espionagem ligada à Rússia no país DYLAN MARTINEZ/Reuters
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A identidade de três alegados espiões que trabalhavam no Reino Unido ao serviço da Rússia foi divulgada pela BBC, que teve acesso a uma investigação das autoridades policiais britânicas.

Os três – dois homens e uma mulher – têm nacionalidade búlgara e estão detidos desde Fevereiro por terem sido encontrados na posse de documentos de identidade falsos. Entre eles encontravam-se documentos de identificação do Reino Unido, Bulgária, França, Itália, Espanha, Croácia, Eslovénia, Grécia e República Checa.

Segundo a BBC, que cita a investigação da unidade de contraterrorismo da Polícia Metropolitana, os suspeitos foram identificados como Orlin Roussev, de 45 anos, Bizer Dzhambazov, de 41 anos, e Katrin Ivanova, de 31.

Todos tinham moradas no Reino Unido e viviam há vários anos no país. Apenas Roussev é citado como tendo ligações, de natureza empresarial, à Rússia, tendo também chegado a exercer um cargo de conselheiro do Ministério da Energia da Bulgária. A nível profissional, segundo o seu perfil de Linkedin, era proprietário de uma empresa especializada em tecnologia de intercepção de comunicações.

Dzhambazov e Ivanova viviam como um casal, segundo vizinhos citados pela BBC, em Harrow, a Noroeste de Londres, e trabalhavam como motorista hospitalar e assistente de laboratório, respectivamente.

Os dois geriam uma organização de apoio à comunidade búlgara e também participavam nas comissões eleitorais para os eleitores búlgaros no Reino Unido participarem nas eleições do seu país de origem.

Em Janeiro, os três suspeitos devem ir a julgamento, mas não são reveladas as acusações que lhes são imputadas.

A operação divulgada esta terça-feira está inserida num esforço das autoridades britânicas perante o que dizem ser o aumento da actividade de espionagem ligada à Rússia no país nos últimos anos.

O episódio mais emblemático aconteceu em 2018 com a tentativa de assassínio do ex-espião Sergei Skripal e da filha Iulia, em Salisbury, com recurso ao agente de nervos Novitchok.

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