Israel ameaça fazer “o Líbano voltar à idade da pedra”

Ministro da Defesa, Yoav Gallant, avisa o Hezbollah que Israel não quer a guerra, mas que está preparado para se defender.

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Oficiais militares israelitas estão preocupados porque a tensão na sociedade por causa da reforma judicial é vista pelos "inimigos" de Israel "como uma oportunidade para atacar" AMMAR AWAD/Reuters

Israel ameaçou esta terça-feira fazer “o Líbano voltar à idade da pedra”, depois de semanas de fricção com o grupo apoiado pelo Irão junto à fronteira entre os dois países.

“Não se enganem. Nós não queremos a guerra, mas estamos preparados para proteger os nossos civis, os nossos soldados e a nossa soberania”, garantiu o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, em comunicado.

Este tipo de retórica não é novo e tem sido ouvido outras vezes desde a última guerra entre Israel e o Hezbollah, em 2006. Mas tem vindo a aumentar de intensidade desde a explosão, em Março, de uma bomba na berma de uma estrada em Israel, que os israelitas atribuem a um infiltrado do grupo xiita, mas que o Hezbollah nunca reivindicou.

Nas últimas semanas ocorreram confrontos entre civis libaneses, pelo menos um grupo de operativos do Hezbollah e soldados israelitas ao longo da fronteira fortificada.

Diz o The Times of Israel que a situação no terreno na região fronteiriça tem estado mais calma, apesar da escalada retórica dos dois lados. No entanto, nas localidades fronteiriças de maioria judaica, ao alcance dos rockets do Hezbollah, preparam-se para o pior.

Autoridades israelitas da área da defesa vêm alertando há meses que as tensões internas no país, sobretudo por causa da reforma judicial imposta pelo Governo de Benjamin Netanyahu, representam um perigo para a segurança de Israel.

No final de Julho, o Times of Israel noticiou que durante uma reunião à porta fechada das comissões parlamentares de Negócios Estrangeiros e de Defesa, com o a presença do ministro Yoav Gallant, oficiais militares alertaram que “os inimigos [de Israel] vêem a situação como uma oportunidade para atacar”.

O estado actual de tumulto na sociedade israelita “afectou a coesão”, explicou o chefe do directório de Operações das Forças de Defesa de Israel, o major-general Oded Basiuk, acrescentando, citado pelo mesmo jornal, que entre “os países inimigos de Israel” a situação é vista como “uma fraqueza e um sinal de desintegração interna da sociedade [israelita]”.

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