Com a instalação do metrobus, partes do passeio da Avenida da Boavista vão encolher

Introdução de canal para autocarros e manutenção de duas vias para automóvel privado em cada sentido obriga a estreitar largura de passeios quando estes coincidem com paragens.

PP - 09 AGOSTO 2023 - PORTO - OBRAS NA AVENIDA DA BOAVISTA  
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Avenida da Boavista está em obras desde o início do ano. Paulo Pimenta
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Não é a primeira vez que a empreitada de instalação do metrobus, no Porto, é fonte de questões. Volta a sê-lo pela distribuição de espaço destinado aos modos de deslocação que caberão na avenida da Boavista, que recebe grande parte do novo canal de mobilidade.

O problema é a largura dos passeios nos segmentos da Boavista em que serão instaladas as estações de metrobus. Ou a falta dela. Para encaixar o canal de metrobus e manter duas vias em cada sentido da avenida para o automóvel privado, os passeios encolhem nos pontos das paragens o que, para a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBi), significa uma “degradação das condições para a mobilidade activa” naquela importante artéria da cidade.

Estando a obra a decorrer desde o início do ano, e perante a falta de respostas das entidades, a MUBi receia vir a ser confrontada “com uma posição de facto consumado”, escreve, numa nota enviada às redacções, nesta terça-feira.

“A opção da Câmara Municipal de não retirar nenhuma via dedicada ao trânsito automóvel é tomada à custa não apenas da ciclovia existente, parte da qual prevista no Plano Director Municipal, mas também dos passeios”, sublinha a associação.

A preocupação é partilhada pelo movimento Estrada Viva que, já no início deste mês, enviou um alerta ao presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira. A situação “poderá comprometes gravemente a segurança e conforto pedonal na execução das obras do metrobus”, escrevia, na carta a que o PÚBLICO teve acesso, o presidente do movimento, Mário Alves.

O também engenheiro pedia à autarquia uma cópia do projecto de execução e que fosse iniciada “desde já uma revisão do referido projecto de forma a que melhore consideravelmente o conforto e a segurança dos peões tendo em vista também o acréscimo de tráfego pedonal que naturalmente se deve prever com a instalação das estações do metrobus”. Em resposta, a CMP fez notar que, “sendo um projecto da responsabilidade da Metro do Porto”, o pedido deveria ser enviado àquela empresa de capitais públicos.

Também a MUBi insta a autarquia a “a repensar o modo como avaliou” os factores de risco do projecto e a rever as “opções tomadas no que toca à priorização de formas de mobilidade, protegendo os utilizadores mais vulneráveis, privilegiando os peões, os modos leves de mobilidade e, por essa via, qualificando o espaço público”.

Que largura?

A Metro do Porto, que é a dona de obra, refere ao PÚBLICO que “os passeios ao longo da Avenida da Boavista vão ser alargados, reforçando substancialmente a área pedonal e o conforto dos peões”. Mas esta descrição geral esconde os casos particulares: os passeios encolhem, de facto, nas extensões de avenida em que as estações de metrobus são instaladas.

Resta saber em quais, embora, pelas peças desenhadas já disponibilizadas publicamente, seja possível perceber que isso acontece pelo menos nas estações de Guerra Junqueiro, do Bessa e do Pinheiro Manso. A Metro do Porto não refere que largura terão os passeios mais estreitos. A Câmara Municipal do Porto, a entidade responsável por desenhar o espaço público, também não o faz.

Para a MUBi, a situação na estação do Bessa é particularmente preocupante. Referem mesmo que “não cumprirá as definições regulamentares para largura livre de passeios”, tendo ainda de acomodar postes. “Esta será uma paragem de alta capacidade que dará acesso a duas escolas secundárias e ao Estádio do Bessa”, sublinha a associação.

A confirmar-se o que se antevê pelas peças desenhadas, “este passeio, do lado sul, obrigará estudantes, jovens desportistas e outros frequentadores da área, a circular em fila indiana”. Agravando o “sério risco à segurança dos peões”, notam, “o acesso à rua onde se situam as escolas e o estádio ficam do lado da paragem que não tem uma passadeira”.

Questionada pelo PÚBLICO, a CMP não responde directamente às perguntas. Refere apenas que, “quando confrontada com a área disponível para o redesenho da via em questão”, “optou pela priorização das vias de transporte colectivo de passageiros, resultando a eliminação das vias de mobilidade suave de uma questão de optimização de espaço público”. Acrescenta que “concorda com a opção da Metro do Porto de privilegiar os meios de transportes públicos”.

Apesar de, nos seus documentos estratégicos da CMP e no site a autarquia dizer que quer “incentivar as deslocações a pé”, não fica claro como as alterações ao perfil da Avenida da Boavista poderão contribuir para esse fim.

Quando a intervenção foi apresentada, no início do ano, foi anunciado que a secção de ciclovia ainda existente junto à Casa da Música deixaria de existir. Serão também removidos 84 jacarandás, embora, a Metro do Porto garanta que, no final da empreitada, haverá 723 árvores onde estavam apenas 420 exemplares. Também passará a haver apenas 55 lugares de estacionamento entre a Casa da Música e a avenida Marechal Gomes da Costa, o que significa uma redução de 172 lugares.

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