Cinco mortos em confrontos num campo de refugiados palestinianos no Líbano

Houve ainda seis feridos na luta entre grupos rivais no campo de Ain al-Hilweh, perto da cidade de Sídon, onde vivem 80 mil pessoas, de acordo com a ONU.

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Alguns dos habitantes do campo de Ain el-Hilweh que buscaram refúgio nos bairros vizinhos AZIZ TAHER/Reuters

Cinco pessoas morreram e seis ficaram feridas em confrontos na noite de sábado para domingo no maior campo de refugiados palestinianos do Líbano, perto da cidade portuária de Sídon, no Sul do país, segundo as autoridades palestinianas.

Os confrontos entre grupos rivais são comuns no campo​​, onde estão registados cerca de de 54 mil refugiados palestinianos, mas onde vivem, entre o campo e zonas adjacentes, cerca de 80 mil pessoas, estima a ONU. A população do campo aumentou com a guerra na Síria e a chegada de milhares de palestinianos em fuga desse conflito.

As forças libanesas não entram, em geral, no campo de Ain al-Hilweh, com a segurança a cargo das facções palestinianas.

Em 2017, estas facções envolveram-se, durante quase uma semana, em confrontos violentos com uma organização militante filiada ao grupo extremista Daesh (que se autodenominava Estado Islâmico).

As autoridades palestinianas, que falaram à Associated Press (AP) sob condição de anonimato, disseram que os confrontos eclodiram depois de um atirador desconhecido ter tentado assassinar o islamista Mahmoud Khalil, matando um companheiro seu.

As facções usaram armas de fogo e lança-granadas no campo sobrelotado, enquanto as ambulâncias percorriam as ruas estreitas para levar os feridos para o hospital. Vários habitantes fugiram do fogo cruzado para bairros próximos do campo de refugiados.

Segundo a Agência Nacional de Notícias do Líbano, seis pessoas ficaram feridas nos confrontos nocturnos, incluindo duas crianças.

Os confrontos cessaram durante várias horas na manhã deste domingo, embora os meios de comunicação social estatais tenham afirmado que continuaram a registar-se disparos esporádicos de franco-atiradores.

Este episódio seguiu-se ao assassínio, por militantes islamistas, de um general palestiniano da Fatah e de três pessoas que o acompanhavam, disse outro responsável palestiniano à AP.

O Ain el-Hilweh foi criado em 1948 para acolher os palestinianos deslocados pelas forças israelitas durante a criação do Estado de Israel.​

A agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos (UNRWA) alertou para o aumento de violência nos campos de refugiados palestinianos no Líbano em geral, com o aumento da pobreza em resultado da crise económica que o país atravessa.

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