Amazon, Google, Meta e Microsoft vão seguir regulamentação da IA estabelecida pela Casa Branca

O objectivo é combater os perigos associados à IA. Entre as medidas está a utilização de marca de água para facilitar a identificação de uma imagem real ou produzida através de IA.

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Não ficou esclarecido quem ficará responsável pela fiscalização dos sistemas de Inteligência Artificial Reuters/DADO RUVIC
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A administração Biden anunciou esta sexta-feira que sete empresas de tecnologia comprometeram-se com um conjunto de regras para combater os perigos associados à Inteligência Artificial (IA). As empresas são a Amazon, Google, Meta, Microsoft, Open AI (responsável pelo ChatGPT) e as startups Antrophic e Inflection.

As regras, estabelecidas pela Casa Branca, exigem a vigilância sobre o funcionamento dos sistemas de IA por entidades independentes, embora não tenha ficado esclarecido quem ficará responsável pela fiscalização. A Casa Branca, citada pela agência Associated Press, referiu que os testes de segurança serão “realizados em parte por especialistas independentes” para evitar os riscos associados à segurança cibernética.

Para além da supervisão dos sistemas, as empresas aceitaram usar uma marca de água digital para que os internautas possam perceber a diferença entre uma imagem real e uma imagem gerada por inteligência artificial. As gigantes tecnológicas concordaram ainda com a divulgação das falhas, riscos e vulnerabilidades do seu sistema para garantir uma maior transparência.

Nos últimos tempos, são vários os debates que têm surgido sobre a Inteligência Artificial e as consequências inerentes a esta tecnologia inovadora, tendo em conta a sua capacidade para criar textos e imagens realistas num período de tempo muito curto e com o intuito de enganar as pessoas, contribuindo para a desinformação. Este é apenas um dos esforços da administração Biden para regular a IA, antes de o Congresso avançar com leis específicas.

Em Maio, vários executivos reuniram com o Presidente norte-americano, Joe Biden, e com a vice-presidente, Kamala Harris, para discutirem sobre a regulamentação da IA. "As empresas de software corporativo esperam trabalhar com o Governo e o Congresso para promulgar uma legislação que aborde os riscos associados à Inteligência Artificial e promova os seus benefícios", disse o grupo comercial de Software BSA, do qual a Microsoft faz parte.

Os defensores da regulamentação dizem, no entanto, que é preciso mais do que isto para que as empresas se responsabilizem pelos seus serviços. "A história mostra que muitas empresas de tecnologia não cumprem o compromisso voluntário de agir com responsabilidade e apoiar regulamentações mais rígidas", disse o fundador e CEO da organização sem fins lucrativos Common Sense Media, James Steyer.

O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, disse que vai apresentar brevemente uma proposta de legislação para regular a Inteligência Artificial.

São vários os países que têm tentado implementar medidas para regular a utilização da Inteligência Artificial. O secretário-geral da ONU considera que é necessária a adopção de padrões globais e diz que as Nações Unidas são "o lugar ideal" para tal, de acordo com a Associated Press. António Guterres afirmou ainda que até ao final do ano será apresentado um relatório sobre possíveis formas de regulamentação e que está em cima da mesa a possibilidade de criar um órgão da ONU para trabalhar sobre esta matéria, inspirado no modelo de agências como a Agência Internacional de Energia Atómica.

Apesar dos esforços para regular esta tecnologia, as empresas mais pequenas têm receio que este tipo de legislação as possa prejudicar, uma vez que o respeito pelas restrições regulatórias implica elevados custos.

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