Auckland: tiroteio com três mortos antes do arranque do Mundial feminino foi “incidente isolado”

“As pessoas devem sentir-se seguras para se movimentarem em Auckland”, garantiu o primeiro-ministro neozelandês. O atacante, que morreu, feriu ainda cinco pessoas, incluindo um polícia.

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A zona onde decorreu o tiroteio, no centro da cidade, continuava vedada horas depois Reuters/DAVID ROWLAND
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De visita ao local do tiroteio que deixou três mortos, incluindo o atacante, em Auckland, cidade-anfitriã do Mundial de Futebol feminino, o primeiro-ministro neozelandês, Chris Hipkins, garantiu que não há qualquer risco para a “segurança nacional” e que as pessoas devem sentir-se seguras para assistir aos jogos – a partida inaugural, entre a Nova Zelândia e a Noruega, começou às 8h (19h locais). Depois de se ouvirem os hinos, no estádio Eden Park, fez-se um minuto de silêncio pelas vítimas do tiroteio.

“É seguro ir à cerimónia inaugural. Eu vou”, assegurou Hipkins durante a tarde de quinta-feira, adiantando que esta decorreria sem quaisquer alterações. “Isto foi um incidente isolado. As pessoas devem sentir-se seguras para se movimentarem em Auckland”, insistiu, quando se deslocou à área do incidente, um prédio em obras em Queen Street, uma das ruas movimentadas do centro da cidade.

Para o Mundial feminino, a única consequência conhecida foi o cancelamento do treino da selecção italiana, instalada na zona. E em respeito às vítimas, foi cancelada a festa para os fãs marcada para um pavilhão no centro da cidade.

Ao início da noite, a área continuava vedada ao público e era visível uma grande presença policial. Para além dos dois mortos, o atacante feriu ainda cinco pessoas, incluindo um dos agentes da polícia que primeiro o confrontou. Os quatro civis têm “ferimentos moderados a críticos”, esclareceu o chefe da polícia, Andrew Coster. O polícia estava estável e ia ser operado.

“Não me lembro de alguma vez ter acontecido algo assim na nossa linda cidade”, escreveu no Twitter o presidente da câmara, Wayne Brown. “Os acontecimentos desta manhã foram trágicos e angustiantes para todos, isto não é nada a que estejamos habituados.”

O atirador, identificado como Matu Tangi Matua Reid, de 24 anos, estava em prisão domiciliária depois de ter sido condenado por violência doméstica, mas tinha autorização para se deslocar até ao edifício, onde trabalhava. “Tinha havido buscas anteriores na sua propriedade, mas ele nunca foi encontrado com nenhuma arma”, explicou Coster, citado pelo diário New Zealand Herald.

“O indivíduo é conhecido principalmente por precedentes de violência familiar”, disse o chefe da polícia, acrescentando que há “indicações de um histórico de saúde mental”, mas sublinhando que nada nos seus crimes anteriores sugeria este tipo de ameaça e que o jovem não tinha licença de porte de arma.

Os disparos foram feitos com uma espingarda semiautomática, a arma mais popular num país onde os incidentes com armas de fogo são raros.

Testemunhas dizem ter visto o atirador a andar tranquilamente na estação de comboios de Britomart, momentos antes do ataque. “Ele deslocou-se pelo edifico em construção e descarregou a sua arma”, disse a polícia num comunicado.

Os operários que ali se encontravam contaram que subiu as escadas enquanto lhes gritava para irem para o telhado, ameaçando disparar. Depois de chegar aos últimos andares, “fechou-se no poço do elevador”, na altura em que os polícias chegaram. Ainda fez mais alguns disparos e foi encontrado morto pouco depois, relatou a polícia.

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