Novo sistema online fornece dados sobre a acessibilidade do metro de Lisboa

Lisboa é a segunda cidade europeia com um sistema de dados que permite às pessoas com deficiência consultar a acessibilidade das estações de metro, antes de ficarem impedidas do uso do transporte.

Foto
Os detalhes de acessibilidade das estações de metro de Lisboa já estão disponíveis no sistema Willeasy RG RUI GAUDENCIO
Ouça este artigo
00:00
03:09

Lisboa tem a partir desta sexta-feira um projecto de mobilidade inclusiva, pioneiro no continente europeu. Chama-se Willeasy e é um sistema de dados, universal e gratuito, que abrange os detalhes de acessibilidade da rede de metro, um motor de busca para filtrar as necessidades dos utilizadores com mobilidade reduzida e vinte itinerários turísticos para pessoas na mesma condição.

O projecto tem o nome da startup italiana Willeasy, cujo trabalho pretende contribuir para uma mobilidade urbana mais inclusiva, já que se dedica a melhorar a experiência de transporte de pessoas com deficiência.

A capital portuguesa passa a ser a segunda cidade europeia — depois de Londres — a fornecer este tipo de serviço. O sistema inclui dados como o número e a disponibilidade de escadas rolantes, elevadores, entradas e saídas das estações, plataformas, lances de escadas, cadeiras elevatórias e ainda o desnível existente entre a carruagem e a plataforma.

As informações são ainda pertinentes para outros cidadãos com mobilidade reduzida ou condicionada, como é o caso de grávidas ou de famílias numerosas.

Além disso, a Willeasy desenvolveu um motor de busca que permite a qualquer utilizador procurar por um restaurante, hotel ou museu de Lisboa que responda às suas limitações pessoais. Ao filtrar determinados requisitos, obtém serviços que respondem necessariamente a essas necessidades, como a altura de alguns dos equipamentos, existência de deficiências cognitivas, filhos pequenos ou animais de estimação.

Sobre os hotéis estão ao dispor informações como o espaço disponível em torno da cama, a largura da porta que acede para a casa de banho ou o nivelamento do chão com a base do duche, num restaurante é possível detalhar restrições alimentares ou opções vegetarianas. A par disso, foram concebidos pela empresa 20 itinerários turísticos, desenhados para assegurar condições de acessibilidade aos utilizadores.

A ferramenta já está disponível online e de forma gratuita para toda comunidade, quer sejam turistas ou habitantes de Lisboa, em três línguas: português, inglês e italiano. Trata-se de um modelo de crowdsourcing, o que significa que o os utilizadores vão ter a possibilidade de actualizar instantaneamente as informações que constam no site.

Com a aplicação I am a Willer, cada cidadão é convidado a identificar os equipamentos disponíveis nos espaços da cidade e, por exemplo, sinalizar que um elevador de uma estação de metro não se encontra a funcionar, melhorando a experiência do utilizador seguinte.

O CEO e presidente da Willeasy, William Del Negro, antevê estender o serviço que vigora no Metropolitano de Lisboa a outros meios de transporte, no que pretende que seja uma oportunidade para empresas públicas e privadas, gestoras de serviços de transporte e agências de viagens reavaliarem os seus espaços em prol da acessibilidade e inclusão social, projectando novas soluções a partir das necessidades que se fazem sentir na base de dados.

À data de lançamento, o sistema de software contava já com cerca de 35 hotéis, 80 restaurantes e 30 museus de Lisboa.

A Willeasy foi uma das vencedoras do open call VoxPop, projecto promovido pelo município de Lisboa e co-financiado pela Comissão Europeia e pelo Urban Innovative Actions. Assim como a Willeasy, os restantes dezassete projectos seleccionadas visam identificar e implementar soluções inovadoras para o desenvolvimento de uma mobilidade urbana acessível e inclusiva na cidade de Lisboa.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários