Incêndios: militares do Exército protegem floresta em Boticas durante o Verão

Acção dos militares dura até final de Setembro. O património florestal de Boticas inclui uma grande mancha contínua de pinheiro-bravo.

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Em 2022, Boticas teve dois incêndios de média dimensão que entraram no concelho vindos de municípios vizinhos Paulo Pimenta

Militares do Exército vigiam diariamente as florestas do concelho de Boticas no Verão, um protocolo que se repete desde 2018 com "bons resultados" na prevenção de incêndios e dissuasão de maus comportamentos, foi hoje anunciado. "É de extrema importância este protocolo", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Boticas, concelho no Norte do distrito de Vila Real.

Fernando Queiroga destacou os "bons resultados" da cooperação entre o município e o Regimento de Infantaria 19 (RI19), em Chaves, nos anos anteriores a nível da prevenção de incêndios e da pedagogia. "Também serve de dissuasão para que as pessoas não façam algo indevido. A presença deles não é só uma questão de patrulha, estão pelas várias povoações, conversam com as pessoas, é a tal pedagogia", afirmou.

A colaboração entre a autarquia e os militares tem como "principal objectivo intensificar o patrulhamento da floresta entre os meses de Julho e Setembro, período mais crítico e de maior risco de incêndios florestais, por forma a diminuir a probabilidade de ocorrência de fogos". O patrulhamento arrancou no sábado, prolonga-se até 30 de Setembro e visa, precisamente, a "defesa do património florestal e a manutenção das condições de vida das populações".

Por Boticas, o património florestal inclui uma grande mancha contínua de pinheiro-bravo. "Temos investido muito dinheiro na floresta e é um património riquíssimo que o concelho tem e que, depois de muitos anos de abandono por completo, agora temos investimento e está muito bem cuidada a nossa floresta e, portanto, temos de fazer tudo na prevenção para que não se destrua este património", salientou Fernando Queiroga. Acrescentou, ainda, que a floresta local é uma mais-valia para as comunidades, que dela tiram rendimento, e para o ambiente, mas é também uma das preocupações com que se deita todos os dias.

Por isso, além da patrulha dos militares por itinerários predefinidos e coordenados com o posto da GNR e o comandante dos bombeiros, também estes operacionais e as brigadas de sapadores florestais se espalham pelo terreno. "Além disso, ainda temos umas câmaras de vigilância estrategicamente colocadas em sítios mais críticos, que são monitorizadas pela Polícia Judiciária (PJ), o que nos vai descansando um pouco", referiu o presidente.

Em 2022, Boticas teve dois incêndios de média dimensão que entraram no concelho vindos dos municípios vizinhos de Ribeira de Pena e de Montalegre.

O protocolo de colaboração com o Exército, que se repete desde 2018, foi assinado na semana passada pelo presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, e o comandante do RI19, coronel Nelson Couto Gomes. "É de extrema importância este protocolo e sei que, para o RI19, foi muito difícil pela falta de efectivos que tem o próprio quartel, porque são também puxados para outras iniciativas. Mas, fruto do bom relacionamento e do trabalho profícuo que se tem realizado, manteve-se este ano", explicou o presidente.

À autarquia cabe, entre outros, assegurar o fornecimento de combustível para as viaturas do Exército, bem como a alimentação dos militares destacados para as acções de vigilância durante o período em que o acordo vigorar.

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