CMVM levanta suspensão das acções da Cofina depois de empresa confirmar proposta de compra

A Cofina recebeu uma proposta de compra de 75 milhões de euros por parte de um grupo de administradores da própria empresa, num negócio que deverá envolver Cristiano Ronaldo como investidor.

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A Cofina recebeu uma proposta de compra por parte de um grupo de administradores da própria empresa adriano miranda / publico
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A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) levantou a suspensão da negociação das acções da Cofina que tinha determinado no final da semana passada, quando foi noticiado que Cristiano Ronaldo estará interessado em entrar no capital do grupo de media como accionista de referência. O grupo que detém títulos como o Correio da Manhã, o Jornal de Negócios ou a Sábado confirmou, entretanto, que recebeu uma proposta de compra, adiantando que o valor em cima da mesa ronda os 75 milhões de euros.

“O conselho de administração da CMVM determinou, no dia 3/7/2023, pelas 6h30 (...), o levantamento da suspensão da negociação das acções Cofina, SGPS, SA, na sequência da divulgação de informação relevante ao mercado”, pode ler-se no comunicado emitido, esta segunda-feira, pelo regulador dos mercados.

Em causa estão as mais recentes informações em torno das intenções de compra da Cofina. No final do mês passado, recorde-se, Luís Santana, administrador executivo da Cofina, confirmou que, em conjunto com outros quadros da empresa, está a preparar uma operação de management buy out (MBO, operação através da qual os administradores de uma empresa a adquirem) da Cofina. Na altura, Luís Santana afirmou que a proposta seria apresentada “oportunamente ao accionista” da Cofina, onde, entre outros, se inclui Paulo Fernandes.

Entretanto, no final da semana passada, o jornal Eco avançou que a operação de MBO vai envolver Cristiano Ronaldo, que se deverá tornar accionista de referência, uma informação que levou a CMVM a suspender a negociação das acções da Cofina, que, no mesmo dia, acabou por confirmar esta informação.

“A Cofina esclarece que recebeu, nos passados dias 27 e 28 de Junho de 2023, uma oferta vinculativa e uma oferta vinculativa revista, respectivamente, para a aquisição das acções representativas do capital social da Cofina Media, subscrita por Ana Dias, Luís Santana (administradores da Cofina Media) e Octávio Ribeiro, a quem se juntará um conjunto de investidores – não identificados", referia o comunicado emitido pela Cofina na noite da passada sexta-feira.

A proposta apresentada por este grupo de administradores, acrescentou o mesmo comunicado, considera como valor de mercado da empresa um montante de 75 milhões de euros, “sujeito a condições e ajustamentos”. A Cofina esclareceu, ainda, que está numa “fase preliminar de avaliação da proposta e do preço oferecido” e que não conseguirá concluir essa avaliação dentro do prazo de cinco dias proposto pelo grupo de administradores, tendo pedido um prazo de 60 dias, “prorrogáveis unilateralmente”, para tomar uma decisão.

Apesar de a Cofina não ter confirmado o envolvimento de Cristiano Ronaldo no negócio, uma vez que os investidores não foram identificados na proposta apresentada à empresa, essa informação já foi confirmada por Luís Santana, também na sexta-feira passada. “Contar com Cristiano Ronaldo, o melhor futebolista de sempre, um atleta de excepção que partilha os valores da exigência, do rigor, do trabalho e da resiliência, como investidor é, naturalmente, um grande motivo de satisfação para a equipa que está a desenvolver o management buy out da Cofina Media, que oportunamente será apresentado aos accionistas”, disse o administrador do grupo de media, em declarações à Lusa.

O responsável não confirmou, ainda assim, os detalhes da operação que tinham sido avançados pelo Eco, que noticiou que os actuais accionistas da Cofina se irão manter no capital da empresa, embora com participações mais baixas, e que Cristiano Ronaldo se deverá tornar accionista de referência, com uma participação de cerca de 30% do grupo de media.

No final desta segunda-feira, a Cofina encerrou a sessão em bolsa a disparar 20%, para os 43 cêntimos por acção, depois de, na última sexta-feira, antes de ter visto a negociação das suas acções suspensa pela CMVM, já ter valorizado mais de 16%, na sequência das notícias sobre a operação de MBO.

Notícia actualizada às 16h42 com informação sobre a cotação de fecho da Cofina.

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