Devo ser uma pessoa horrível
A qualificação de actos ofensivos não pode depender apenas da sensibilidade dos visados. Uma qualquer ofensa tem de ter um determinado grau de objectividade para se poder considerar uma ofensa.
Passei o fim-de-semana passado tão assoberbado com o cartaz do Primavera Sound, no Porto, que não consegui acompanhar em directo a polémica sobre os cartazes que irritaram o primeiro-ministro, empunhados por professores num protesto à margem das comemorações do 10 de Junho. Quando por fim me pus a par dos factos e da discussão, cheguei a duas conclusões: a de que, pelos vistos, não é suposto uma pessoa de bem dizer que os cartazes não são evidentemente racistas; e a de que, porém, não é nada óbvio que os cartazes sejam racistas. Devo ser uma pessoa horrível.
O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.