Grupo Wagner captura comandante do Exército russo
“Antipatia” pelos Wagner e embriaguez terão motivado a ordem do comandante da 72.ª Brigada da Rússia, Roman Venvitin. Prigozhin acusa o Ministério da Defesa russo de prejudicar a acção do grupo.
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O líder do grupo pró-russo Wagner, Ievgeni Prigozhin, divulgou esta segunda-feira a captura do comandante da 72.ª Brigada da Rússia, o tenente-coronel Roman Venvitin.
Num vídeo publicado no Telegram, Roman Venvitin, visto com uma fractura nasal, admitiu que, embriagado, ordenou a um grupo de dez a 12 soldados que abrisse fogo sobre um comboio do grupo Wagner, a fim de “desarmar” a unidade de resposta rápida. Segundo descreve o The Moscow Times, o interrogatório decorreu num local subterrâneo, à semelhança do que é feito com soldados ucranianos capturados.
De acordo com o comandante da 72.ª Brigada russa, a ordem foi motivada pela “antipatia pessoal” pelos Wagner, pedindo desculpa de seguida.
Na última semana, Prigozhin acusou o Exército russo, e em particular Roman Venvitin, de tentar prejudicar a estratégia do grupo, que continua a recuar na cidade ucraniana de Bakhmut. Além disso, acrescentou o líder dos Wagner, a 17 de Maio os combatentes encontraram explosivos, alegadamente instalados por oficiais do Ministério da Defesa russa.
O gabinete do ministro Serguei Shoigu ainda não reagiu às acusações de Prigozhin. No entanto, dois familiares próximos de Roman Venvitin, contactados pelo The Guardian, identificaram o oficial do Exército nos vídeos.
O diário britânico acrescenta que as intervenções diárias do líder dos Wagner, e a influência conseguida desde o início das operações em Bakhmut, em Maio, continuam a agudizar a rivalidade com o Exército russo e a gerar descontentamento entre os nacionalistas russos, que lamentam a liberdade de acção de Prigozhin.
Na manhã desta segunda-feira, o grupo Wagner anunciou que as forças ucranianas recuperaram o controlo sobre parte da vila de Berkhivka, a norte de Bakhmut. “Uma desgraça”, descreveu Prigozhin. Por isso, o líder do grupo pró-russo convidou Serguei Shoigu e o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, a deslocarem-se à frente de batalha para se reunirem com as tropas.
Nos últimos meses, Prigozhin acusou o Kremlin de não fornecer munições e apoio suficientes ao grupo Wagner no terreno, fazendo com que estas tropas sofressem “perdas desnecessariamente pesadas”.