Câmara do Porto anuncia plano para mitigar fecho da Biblioteca Municipal

“Linha Azul para investigadores” e disponibilização de periódicos históricos são duas das 15 medidas do plano revelado esta quinta-feira

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Biblioteca Municipal vai encerrar para obras Manuel Roberto / PUBLICO
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O encerramento total da Biblioteca Pública Municipal do Porto para obras profundas de reabilitação estava a deixar investigadores e alguns portuenses à beira de um ataque de nervos. Numa petição, mais de 1500 pessoas reclamavam alternativas e punham o dedo na ferida: podem investigadores ficar três ou mais anos sem acesso às suas fontes?

A Câmara do Porto já prometera a divulgação de um plano para mitigar o impacto deste encerramento (ainda sem data certa) e esta quinta-feira, durante a inauguração da Biblioteca Pedro Ivo, Rui Moreira anunciou um plano de 15 medidas já fechado.

A autarquia vai criar uma “linha azul para investigadores” durante o fecho temporário da biblioteca. O agendamento deve ser feito com um mínimo de 24 horas, havendo também a possibilidade de agendamento regular (quinzenal, mensal, etc.).

Está também garantida a disponibilização do fundo de periódicos históricos do Porto (Jornal de Notícias, O Primeiro de Janeiro, O Comércio do Porto, O Portuense, a Gazeta Literária do Porto e o Periódico dos Pobres do Porto, entre outros). Numa sala da Biblioteca Almeida Garrett será instalado o serviço de consulta de manuscritos e reservados e haverá acesso ao fundo de Livro Antigo para trabalhos de investigação.

“O encerramento temporário da Biblioteca Pública não constitui um acto de comprazimento. Constitui um imperativo. Imperativo de salvaguarda de um património – o antigo convento de Santo António, que apresenta patologias estruturais sérias – e um imperativo de um serviço público de qualidade numa biblioteca do século XXI”, apontou Rui Moreira.

Outra preocupação é a de digitalização de periódicos da cidade. A autarquia irá candidatar-se a fundos para poder concretizar esse trabalho. As bibliotecas escolares serão reforçadas e os fundos gerais de livre acesso devem ser renovados. Está ainda previsto, neste plano ao qual o PÚBLICO teve acesso, a selecção de um fundo local dedicado a autores do Porto e o estabelecimento de “50 autores fundamentais” da cidade, cujos acervos não serão condicionados. As equipas internas serão também reorganizadas.

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