Desemprego recua para 6,8%, mas continua acima do valor de há um ano

Em Abril, havia 357 mil desempregados, menos 11,5 mil do que em Março, mas mais 49 mil do que em Abril do ano passado. Taxa de subutilização do trabalho diminui para 12,1%.

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A população activa diminuiu em Abril em 16,1 mil pessoas face a Março Nuno Alexandre Mendes
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O nível de desemprego no país diminuiu em Abril, recuando do patamar dos 7% em que se encontrava nos três primeiros meses do ano. O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que o desemprego de Abril correspondeu a 6,8% da população activa, quando em Fevereiro e Março se encontrava em 7% e em Janeiro chegara a tocar em 7,1%.

Este recuo já era visível nos valores do desemprego registado em Abril nos centros do Instituto do Emprego e Formação Profissional e aparece agora confirmado nos dados divulgados nesta quarta-feira pelo INE. Há uma descida do desemprego para os níveis de Dezembro, quando a taxa se encontrava justamente em 6,8%. Em termos absolutos, há 357 mil pessoas desempregadas, menos 11,5 mil do que em Março, menos 15,3 mil do que em Fevereiro, menos 20 mil do que no primeiro mês do ano.

Apesar de percentualmente a taxa ser idêntica à de Dezembro, o número de pessoas desempregadas é ligeiramente maior (há mais 2,3 mil), diferença que se explica com o facto de a população activa também o ser (em Dezembro, esse universo era de 5,22 milhões de pessoas e agora está nos 5,27 milhões).

Embora haja um recuo em relação aos meses imediatamente anteriores, há hoje mais pessoas fora do mercado de trabalho do que há um ano. Em Abril de 2022, havia 308 mil desempregados, quando hoje acrescem 49 mil pessoas nessa circunstância; a taxa de desemprego estava nos 5,9%, havendo um agravamento anual de 0,9 pontos percentuais.

Dos 5,27 milhões de cidadãos contabilizados na população activa, 4,91 milhões são empregados e 357 mil estão desempregados.

A população inactiva em Abril correspondia a 2,42 milhões de pessoas, agregado que tem vindo a aumentar.

O INE estima que a população activa “tenha tido um decréscimo de 16,1 mil pessoas (0,3%) em relação ao mês anterior e que a população inactiva tenha tido um acréscimo de 15,1 mil pessoas (0,6%)”. A diminuição da população activa resultou “do decréscimo tanto da população desempregada (11,5 mil; 3,1%) como da população empregada (4,7 mil; 0,1%)” enquanto o “aumento da população inactiva foi explicado, principalmente, pelo acréscimo do número de outros inactivos, os que não estão disponíveis para trabalhar e que não procuraram emprego (10,1 mil; 0,4%).”

Além do indicador do desemprego, o INE divulga um outro, a taxa de subutilização do trabalho, que permite avaliar mensalmente como está a evoluir o mercado de trabalho de forma mais abrangente, contabilizando não apenas o desemprego oficial, mas também outras situações de afastamento do mercado de trabalho, como caso de pessoas que têm empregos a tempo parcial, cidadãos inactivos que procuram emprego mas não estão disponíveis para trabalhar imediatamente (nas duas semanas seguintes ao inquérito do INE) e inactivos disponíveis mas que não procuram trabalho.

Esta taxa também baixou, recuando para 12,1%. Em Janeiro, chegou a 12,5% e, desde aí, tem vindo a diminuir, primeiro para 12,3% em Fevereiro, depois para 12,2% em Março e, agora, para os 12,1%. Mesmo com a tendência decrescente, a taxa, à semelhança do indicador do desemprego, continua acima dos valores registados um ano antes (11,4%).

Ao todo, o INE contabiliza 658,3 mil pessoas no universo da subutilização do trabalho, mais 49,7 mil do que em Abril do ano passado, diferença que se deve sobretudo ao agravamento anual do desemprego.

Dos 658,3 mil, 353,4 mil correspondem à população desempregada (onde a diferença anual são as 49 mil pessoas), 156,4 mil são trabalhadores a tempo parcial (mais 3,5 mil do que há um ano), 120,9 mil são inactivos disponíveis mas que não procuram emprego (mais 800 pessoas) e 28,3 mil são inactivos à procura de emprego mas não disponíveis (não havendo alterações face a Abril de 2022).

O INE refere que a subutilização do trabalho atingiu em Abril “o valor mais baixo” desde Novembro de 2022 e que a taxa “não era tão baixa desde Novembro de 2022”.

No primeiro trimestre, o desemprego atingiu o valor mais alto desde 2020, com o número de pessoas desempregadas (380,3 mil) a representar 7,2% da população activa.

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