Comissário europeu anuncia 65 mil milhões de euros para aumento de competências

Trabalho seguro e formação contínua devem ser prioritários na União Europeia.

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Nicolas Schmit na abertura do Fórum Social do Porto 2023 EPA/JOSE COELHO

O comissário europeu para o Emprego e Direitos Sociais, Nicolas Schmit, ​defendeu hoje que é preciso investir em "trabalho seguro" e "formação contínua" na União Europeia, anunciando que há 65 mil milhões de euros para o modelo de aumento de competências.

"É preciso trabalho seguro, temos de melhorar o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Temos de ter um mercado de trabalho justo e com protecção social e equilíbrio (...). Sem justiça social não haverá paz", declarou na cerimónia de abertura do Fórum Social do Porto 2023, que está a decorrer hoje no Pavilhão Rosa Mota.

Nicolas Schmit anunciou que a União Europeia tem "65 mil milhões de euros para o modelo de aumento de competências", referindo que é essencial valorizar a formação contínua dos trabalhadores para enfrentar os novos desafios, designadamente a transição digital, mas também as crises de energia provocadas pela guerra na Ucrânia.

"Este ano europeu das competências é importante para valorizar o mercado de trabalho e aumentar a formação na Europa. Precisamos dos jovens e de dar ênfase à formação para dar competências às pessoas que estão esquecidas", disse o comissário.

"Formação contínua tem de ser a nossa meta. Mais de 75% das empresas reportaram que têm dificuldades em encontrar pessoas com competências digitais", declarou ainda, destacando que há necessidade de milhares de trabalhadores em sectores relacionados com a transição digital.

Nicolas Schmit acrescentou que para a Europa ser mais competitiva é preciso dar uma importância verdadeira ao trabalho, às novas condições de trabalho e conseguir encontrar as pessoas com as competências devidas para cada posto.

O comissário europeu para o Emprego e Direitos Sociais considerou que os "princípios do pilar dos direitos sociais estão montados", mas observou que a Europa não pode "descansar sobre os seus louros", porque o "mundo muda a todo o momento" e o risco de aumento da pobreza é constante, destacando as "boas práticas para os sem-abrigo", bem como a importância do "fundo climático".

Uma Europa inclusiva, notou, significa que as "pessoas têm de ter as mesmas oportunidades" e significa também "empregos dignos em que as pessoas conciliam a vida pessoal e profissional".

"Queremos uma economia que investe nas pessoas, queremos locais de trabalho que protegem os trabalhadores física e socialmente", disse, defendendo protecção social e direitos de trabalho àqueles que estão a trabalhar em novas plataformas de trabalho.

Na perspectiva do comissário europeu, as instituições europeias e os parceiros estão a conseguir cumprir os compromissos da Cimeira Social do Porto definidos em 2021, no Porto, para atingir as novas metas para 2030.

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