Partido de Xanana Gusmão segue à frente nas eleições parlamentares timorenses

Até à interrupção da contagem, às 0h30 locais, foram contados 18% dos votos. O CNRT tem 39,7% dos votos, contra 25% da Fretilin. Partido do primeiro-ministro Taur Matan Ruak tem menos de 5,9%.

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Xanana Gusmão, líder do CNRT, este domingo, a exercer o seu direito de voto ANTONIO DASIPARU/EPA

O partido de Xanana Gusmão lidera a contagem das eleições legislativas deste domingo em Timor-Leste, com 39,72% dos votos, numa altura em que estavam apurados apenas 18,03% dos boletins, cerca de 70.500 dos 890 mil eleitores recenseados. A taxa de abstenção não tinha sido ainda divulgada pelas autoridades eleitorais.

Os números são os apurados até à interrupção da contagem de votos, às 0h30 de segunda-feira em Díli (16h30 de domingo em Portugal continental). A contagem será retomada na manhã de segunda-feira.

A seguir ao Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), está a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), com 25,07%.

A seguir às duas principais forças políticas, surge o Partido Democrático (PD), com 9,85% dos votos, e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), com 7,96%. Os dois partidos, que actualmente estão no Governo coligados com a Fretilin, concordaram em manter o acordo se os resultados assim o permitirem

Em 2019, o CNRT venceu as eleições com 49,58% dos votos e começou por formar Governo com o apoio do PD e do KHUNTO, mas desavenças políticas que levaram ao chumbo do Orçamento do Estado de 2020 redundaram na saída do partido de Xanana Gusmão, o herói da independência, a sair da coligação que apoia o executivo, tendo sido substituído pela Fretilin.

O Partido de Libertação Popular (PLP), do actual primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, aparece em quinto lugar entre os mais votados, com 5,87% dos votos, no que poderá ser um dissabor para o chefe do Governo, que pode ver o seu partido passar de terceira para quinta força política.

Mas não é demais salientar que os números são ainda muito prematuros, com menos de um quinto dos votados contados, para retirar alguma ilação política.

O outro partido a passar, para já, a barreira de 4% dos votos válidos – necessária para eleger deputados – é o estreante Partido Os Verdes de Timor (PVT), que surge com 4,19%. Os restantes 11 partidos concorrentes ainda não alcançaram esse limite para obter representação parlamentar.

Estas são as maiores eleições de sempre em Timor-Leste, tanto em número de eleitores como de centros de votação.

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