Sindicato diz que EasyJet já cancelou 384 voos devido à greve

Sindicato dos tripulantes de cabina marcou greve para os dias 26, 28 e 30 de Maio, e 1 e 3 de Junho.

Foto
EasyJet diz que proposta do sindicato "é impraticável" Reuters/Eric Gaillard

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) disse esta sexta-feira que a EasyJet decidiu cancelar previamente 384 voos, tendo em conta o pré-aviso de greve lançado pela estrutura para o final de Maio e início de Junho.

Num comunicado, o SNPVAC disse que, “como é de conhecimento geral”, declarou “pré-aviso de greve para os dias 26, 28 e 30 de Maio, 1 e 3 de Junho uma greve dos tripulantes de cabine da EasyJet”.

“Devido à adesão de 100% dos tripulantes na última greve dos dias 1, 2 e 3 de Abril, a EasyJet decidiu previamente proceder ao cancelamento massivo de voos: dos 458 voos originais a saírem das bases portuguesas de Lisboa, Porto e Faro, a companhia já cancelou previamente 384 voos, ou seja, 84% dos voos planeados”, garantiu.

Segundo a estrutura sindical, “a companhia percebe assim e confirma com estes cancelamentos saber do descontentamento vivido no seio” da classe. “Esperemos que a empresa abandone a posição de ‘pagar para ver’ e de afirmar que ‘tem fundos para greve’, regressando à mesa das negociações com uma proposta realista e que permita o diálogo e a paz social”, destacou.

Esta tarde está prevista “uma reunião de mediação na DGERT [Direcção Geral do Emprego e das Relações de Trabalho] entre o SNPVAC e a empresa sobre os serviços mínimos”, salientou.

Os tripulantes de cabine da EasyJet convocaram uma greve para os dias 26, 28 e 30 de Maio e 1 e 3 de Junho, anunciou o SNPVAC num comunicado, em 11 de Maio.

Na nota, dirigida aos associados, a estrutura sindical disse que "a EasyJet continua a considerar os tripulantes das bases portuguesas trabalhadores menores", perpetuando a sua "precarização e discriminação relativamente aos colegas de outros países".

De acordo com o sindicato, "o clima de tensão e desagrado e o longo impasse na resolução dos diversos diferendos laborais, levaram o SNPVAC a apresentar um novo pré-aviso de greve", tendo sido "enviado ofício à empresa, ao Ministério das Infra-estruturas, Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ministério da Economia e do Mar e DGERT".

A Lusa questionou hoje a EasyJet, que remeteu para um comunicado que divulgou no dia 11 de Maio e no qual diz ter ficado "extremamente desapontada" com a convocação da greve, garantindo que a "proposta actual do sindicato é impraticável".

"Estamos extremamente desapontados com a decisão do SNPVAC [Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil] de anunciar um novo aviso de greve, apesar de termos deixado clara a nossa disponibilidade para retomar um diálogo construtivo de forma a chegar a um acordo sustentável", disse então a transportadora aérea.

"A proposta actual do sindicato é impraticável, especialmente tendo em conta que o que pagamos aos nossos trabalhadores está acima da média salarial nacional", garantiu.

Sugerir correcção
Comentar