Costa reafirma compromisso com a NATO e antecipa reforço da unidade

O primeiro-ministro reuniu-se durante cerca de uma hora com o secretário-geral da NATO. A visita de Stoltenberg decorre no âmbito da ronda que o dirigente está a realizar antes da cimeira da aliança.

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Stoltenberg e Costa falaram aos jornalistas na residência oficial de São Bento, em Lisboa LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

O primeiro-ministro, António Costa, reafirmou esta quinta-feira o compromisso de Portugal com a NATO e antecipou que a cimeira de Julho, na Lituânia, será uma oportunidade para os aliados reforçarem a sua unidade na defesa da paz.

"Portugal é um país fundador da NATO e mantém-se fiel aos compromissos que assumiu e é nesse sentido que agradecemos esta visita na preparação da próxima cimeira de Vílnius [capital da Lituânia] onde seguramente iremos poder reforçar aquilo que é a unidade da nossa Aliança transatlântica na defesa dos valores da paz, da liberdade, da democracia", defendeu António Costa.

O primeiro-ministro falava aos jornalistas, na residência oficial de São Bento, em Lisboa, numa declaração conjunta com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, que não teve direito a perguntas, depois de terem estado reunidos durante cerca de uma hora. A visita de Stoltenberg a Portugal decorre no âmbito da ronda que o dirigente norueguês está a realizar antes da cimeira da NATO em Julho, centrada no apoio à Ucrânia.

António Costa definiu como prioridade, no contexto actual, o apoio à Ucrânia "para que a Rússia não ganhe esta guerra e se abra caminho para uma paz justa e duradoura que respeite o direito internacional, o direito à integridade territorial e o direito à independência por parte da Ucrânia".

O primeiro-ministro português, que falava ao lado do secretário-geral da NATO, salientou que ao longo dos últimos anos os dois tiveram "a possibilidade de ter um relacionamento muito próximo e muito efectivo, trabalhando para o fortalecimento da NATO como uma aliança defensiva e numa visão de 360 graus para as diferentes ameaças que se colocam" à segurança dos aliados.

"Seguramente em 2015, quando começámos a trabalhar juntos, não imaginávamos que estaríamos hoje com uma guerra nas fronteiras da NATO, em que se verificou uma mudança radical do ponto de vista geopolítico", apontou o primeiro-ministro.

António Costa lembrou que "ainda há pouco tempo alguns chefes de Estado julgavam que a NATO se podia vir a enfraquecer" e "alguns diagnosticaram mesmo precocemente a sua morte cerebral", numa referência a declarações do presidente francês Emmanuel Macron, em 2019. "Mas a verdade é que a primeira grande derrota do presidente [Vladimir] Putin foi mesmo a revitalização da NATO, o reforço da Aliança transatlântica nos países europeus, o Reino Unido, e os Estados Unidos da América. O fortalecimento da NATO, com o pedido da adesão de dois países tradicionalmente neutrais, como a Suécia e a Finlândia", lembrou.

Para o primeiro-ministro, existe "um claro reforço" da aliança defensiva "construída em torno dos valores da democracia e da liberdade" que Portugal irá continuar "a trabalhar para reforçar". Portugal estabeleceu o compromisso de atingir 2% do PIB em investimento na Defesa até ao final da década e antecipou para este ano o aumento para 1,66%, que estava inicialmente previsto para 2024.

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