Lucros do BCP subiram 90% para 215 milhões de euros no trimestre

Resultado líquido do Millennium BCP no mercado nacional aumentou 59%, para 170,8 milhões de euros. Depósitos cresceram 5,1% em Portugal.

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Miguel Maya, presidente executivo do Millennium BCP LUSA/MANUEL DE ALMEIDA
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Seguindo a trajectória de crescimento do ano passado, os resultados do BCP no primeiro trimestre registaram uma forte subida. Os resultados consolidados registaram um aumento de 90,5%, para 215 milhões de euros, anunciou, esta segunda-feira, Miguel Maya, presidente executivo da instituição.

Na actividade doméstica, os resultados líquidos cresceram 59%, para 170,8 milhões de euros, bem acima dos 107,6 milhões dos primeiros três meses do ano passado, justificados em grande medida pelo aumento das taxas de juro dos empréstimos às famílias e às empresas.

Os resultados líquidos reflectem o aumento de 30,7% dos proveitos core, para 860 milhões de euros, e da margem financeira, que ascendeu a 664,6 milhões de euros, mais 42,9% que no período homólogo.

O BCP, ao contrário dos seus principais concorrentes, apresenta um crescimento de 4% dos recursos de balanço do grupo para os 76,4 mil milhões de euros, “suportado essencialmente pelo crescimento de 2,5 mil milhões de euros (5,1%) nos depósitos em Portugal”.

“O desempenho da actividade em Portugal beneficiou em larga medida do crescimento de 133,3 milhões de euros (38,3%) registado nos proveitos core, que passaram de 348,2 milhões de euros no primeiro trimestre de 2022 para 481,6 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023, como resultado da evolução favorável evidenciada principalmente pela margem financeira, mas também pelas comissões líquidas, ainda que neste caso com um impacto menos material”, avança a instituição.

Ainda relativamente ao mercado nacional, e "não obstante o ligeiro aumento dos custos operacionais, de 143,2 milhões de euros para 146,4 milhões de euros, determinado pelo impacto da inflação nos outros gastos administrativos, o resultado operacional core na actividade em Portugal apresentou um crescimento superior a 60% face aos 205 milhões de euros apurados no primeiro trimestre de 2022, ascendendo a 335,1 milhões de euros no mesmo período do ano corrente".

O "desempenho favorável da margem financeira na actividade em Portugal reflecte em larga medida o maior rendimento gerado pela carteira de crédito a clientes, decorrente dos aumentos registados nas taxas de juro”, reconhece a instituição, que, no entanto, também refere: “A subida das taxas de juro repercutiu-se na remuneração da carteira de depósitos, com o consequente impacto negativo.”

Verificou-se ainda um contributo positivo pela "redução significativa das imparidades e provisões, com especial destaque para a imparidade associada à carteira de crédito", e "pelos menores resultados em operações financeiras e, ainda que numa menor dimensão, também pela quebra dos outros proveitos de exploração líquidos".

Na apresentação de resultados, e ainda em relação a Portugal, o presidente executivo do BCP referiu-se ao aumento de 16% no crédito ao consumo, reflectindo uma viragem face ao crédito concedido directamente nos pontos de venda.

Já as comissões cresceram 1,3% em termos gerais, para 195 milhões de euros, e 3,8% em Portugal.

Polónia contribui para os lucros

A operação na Polónia registou resultados positivos pelo segundo trimestre consecutivo, contribuindo positivamente para o resultado líquido de 44,1 milhões de euros da actividade internacional, o que compara com 5,3 milhões de euros apurados no trimestre homólogo do ano anterior.

Ainda na actividade internacional, a margem financeira cresceu 28,2% face aos 253,3 milhões de euros apurados no primeiro trimestre de 2022, ascendendo a 324,7 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023. Esta evolução ficou a dever-se maioritariamente ao desempenho da subsidiária polaca, embora a subsidiária em Moçambique também tenha registado um aumento, ainda que de menor dimensão.

Relativamente ao rácio de capital CET1, Miguel Maya destacou o “reforço significativo” para 13,6%, 4,2 pontos percentuais acima do mínimo, e do rácio de capital total de 18% (aumento de 205 pontos-base e de 245 pontos-base, respectivamente, face ao período homólogo de 2022).

O que encolheu foi o número de balcões, menos 13, para 408. Mas o banco aumentou ligeiramente o número de trabalhadores, fechando Março passado com mais nove que no primeiro trimestre de 2022.

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