Instituto Amaro da Costa quer ser “referência” no plano da formação política em Portugal

Presidido por Manuel Monteiro, o Instituto Amaro da Costa, ligado ao CDS, vai realizar este mês um conjunto de iniciativas na área da formação política. A primeira realiza-se terça-feira.

Foto
Manuel Monteiro foi eleito presidente da direcção do IDL em Abril Rui Gaudencio
Ouça este artigo
--:--
--:--

A recém-criada Academia IDL do Instituto Amaro da Costa arranca este mês com um conjunto de iniciativas que têm como pano de fundo a democracia cristã e o conservadorismo. O primeiro curso de formação política realiza-se esta terça-feira e tem como tema O Conservadorismo Anglo-saxónico e para o dia seguinte está agendado um outro curso que aborda A Democracia Cristã nos Países Católicos.

“O que se pretende é perceber que diferenças existem entre a democracia cristã nos países protestantes e a democracia cristã nos países católicos e que diferença existe entre o conservadorismo anglo-saxónico e o conservadorismo continental”, explica Manuel Monteiro, presidente da direcção do Instituto Amaro da Costa, eleito por unanimidade, em Abril.

Ao PÚBLICO, o antigo presidente do CDS sublinha que, a par destas questões, “pretende-se verdadeiramente perceber se um democrata-cristão pode ser conservador e se um conservador pode ser democrata-cristão.”

“Isto insere-se numa actividade que queremos continuar de uma forma persistente ao longo dos próximos três anos — que é o período do nosso mandato — na área da formação política, essencialmente voltada para a academia e para os jovens, e daí termos criado a Academia IDL”, explica.

Referindo que o objectivo é fazer com que a “academia seja uma referência no plano da formação política em Portugal na área do pensamento conservador e do humanismo cristão”, o antigo líder do CDS declara que “a nossa perspectiva é demonstrar que o conservadorismo se deve continuar a pautar pelos valores ocidentais e que ninguém que se alia directa ou indirectamente a Putin se pode considerar conservador.”

Por outro lado, acrescenta, “podemos ao nível da formação demonstrar que o liberalismo não é o libertarismo e, neste contexto, temos pensadas duas iniciativas: uma sobre o conceito de justiça, ou seja, mais do que nunca temos de definir o que é uma sociedade justa; e uma segunda sobre a liberdade individual, no sentido de percebermos onde começa e onde acaba.”

“A nossa ideia é que um instituto com estas características tenha a ousadia de regressar aos fundamentos do pensamento político, fugindo ao mediatismo de certos temas que se esgota sempre ao fim do dia e, portanto, a nossa perspectiva é que o IDL retome a razão que levou Amaro da Costa a criá-lo”, em 1975, afirma Manuel Monteiro, esclarecendo que “há aqui uma estratégia”. “No mercado, nesta área, nós queremos preencher um espaço que tem estado abandonado e que é necessário retomá-lo,” defende o novo presidente do IDL, que é um fórum de reflexão ligado ao CDS.

Animado pela vaga de novos associados do IDL, na sua maioria pessoas ligadas à academia, Manuel Monteiro diz que conta com todos para “ajudar a construir pensamento político”.

Os professores Paulo Otero, Pedro Romano Martinez e Ana Souto (da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa), Manuel Carneiro Frada (da Faculdade de Direito da Universidade do Porto), Mafalda Miranda Barbosa (Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra), António Cerejeira Fontes (Universidade do Minho), José Lynce Pavia (Universidade Lusíada) são alguns dos novos associados do IDL.

Sugerir correcção
Comentar