Manuel Monteiro fica à frente de instituto ligado ao CDS

Candidatura à direcção do Instituto Adelino Amaro da Costa não terá suscitado oposição de Paulo Portas e agradou ao actual líder do CDS.

Foto
Manuel Monteiro voltou a ser militante do CDS em 2020 depois de ter estado afastado durante 17 anos Rui Gaudencio

O antigo líder do CDS Manuel Monteiro foi eleito por unanimidade presidente da direcção do Instituto Adelino Amaro da Costa (IDL), um fórum de reflexão ligado ao partido. As eleições decorreram ao final da tarde desta terça-feira e tinham uma lista única.

A candidatura de Manuel Monteiro, que regressou ao CDS há três anos, não suscitou, ao que o PÚBLICO apurou, a oposição de Paulo Portas – os dois antigos líderes mantiveram uma ruptura durante anos. Ao mesmo tempo, agradou ao actual presidente do partido. “Manuel Monteiro, que é professor universitário e tem um conhecimento profundo do CDS, garantirá que o IDL possa manter-se como um fórum muito útil na afirmação dos valores que são partilhados com o partido”, disse ao PÚBLICO Nuno Melo.

A lista candidata mantém alguns dos nomes que faziam parte da actual direcção do IDL, liderada por Diogo Feio, antigo líder parlamentar do CDS, que ficará na assembleia geral, ou ainda o ex-secretário-geral João Almeida, e integra actuais dirigentes do partido, como Luísa Aldim e Raquel Paradela. Mas deixa de integrar Diogo Belford Henriques, antigo adjunto de Paulo Portas no Governo e próximo do ex-vice-primeiro-ministro.

Com 85 associados, o IDL reúne muitas das figuras do CDS e tem sido um fórum de reflexão sobre política. Uma das iniciativas que promove são debates realizados à hora de almoço. O mais recente aconteceu com o líder do CDS, Nuno Melo, como convidado, que falou sobre o futuro do partido.

Manuel Monteiro voltou a ser militante do partido em Maio de 2020, durante a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos, depois de ter saído em 2003, em ruptura total com o líder de então, Paulo Portas. Fundou o partido Nova Democracia, que liderou até 2008.

O regresso do antigo líder (entre 1992 e 1998) ao partido alimentou a especulação sobre qual seria o seu papel e se esse regresso significava também uma nova liderança.

No congresso do CDS de 2022, Manuel Monteiro discursou no púlpito para apoiar o actual líder e mostrou-se disponível para colaborar com o partido “sem cargos e sem estatuto”. Os dois antigos líderes intervieram no mesmo dia no congresso, num sinal de reconciliação interna com vista a superar o actual momento difícil do partido, que perdeu a representação parlamentar em 2022.

Contactado pelo PÚBLICO, o candidato à direcção do IDL preferiu não prestar declarações antes do desfecho das eleições.

Criado em 1975, o IDL tem entre os seus associados antigos líderes, como Paulo Portas e José Ribeiro e Castro, mas também outros nomes que não são filiados no partido ou que se afastaram, como por exemplo Basílio Horta, que foi, aliás, um dos fundadores do CDS.

Notícia actualizada com confirmação da eleição de Manuel Monteiro

Sugerir correcção
Ler 5 comentários