TAP: Brilhante Dias acusa PSD de “abandalhamento e luta político-partidária”

Líder parlamentar do PS diz que os deputados socialistas estão disponíveis para trabalhar todos os dias e recusa falar sobre o prolongamento dos trabalhos – isso é uma questão interna da CPI.

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Eurico Brilhante Dias não quis responder se as polémicas que têm marcado a comissão de inquérito colocam em causa a percepção pública sobre o seu trabalho Rui Gaudencio
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Um dia depois, a renúncia de Jorge Seguro Sanches à presidência da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à gestão pública da TAP continua a alimentar a guerra entre PS e PSD. Agora, o líder parlamentar socialista acusa o PSD de “abandalhamento da linguagem parlamentar e da própria comissão de inquérito”, por querer discutir “o acessório e não o essencial”, nomeadamente questionando grelhas de tempo para interrogar as personalidades nas audições.

E insiste na ideia de culpar o PSD pelo sucedido, vincando que Seguro Sanches se demitiu por ter sido atacado na sua honra pelos deputados sociais-democratas.

“Temos que dar condições para [a CPI] funcionar e não entramos num abandalhamento e numa luta político-partidária que não contribui para o apuramento da verdade. Nesse aspecto não vamos pactuar nem contribuir”, afirmou Eurico Brilhante Dias no Parlamento, aos jornalistas, depois de garantir que os deputados socialistas vão continuar a “zelar para que a CPI funcione” normalmente. Mesmo quando não concordam com algumas questões. E foi o líder parlamentar a querer dar o exemplo: “Eu estou de fora e considero que algumas decisões sobre o objecto da comissão podem ser discutíveis, mas não vou interferir; é uma decisão da CPI.”

Para Eurico Brilhante Dias, a discussão entre um deputado do PSD e o então presidente Jorge Seguro Sanches sobre a duração das grelhas de tempo para as audições “foi um uso abusivo não só de linguagem, mas de tratamento institucional entre um deputado e um presidente da CPI que considerou que a sua honra tinha sido ferida”.

Porém, o líder parlamentar do PS não respondeu se, depois de todas as polémicas envolvendo a comissão – a substituição do coordenador do PS, a fuga de informação, as acusações de pressão sobre Seguro Sanches, a demissão do presidente –, esta ainda tem condições para fazer um bom trabalho ou se as controvérsias fazem com que a opinião pública tenha motivos para duvidar dos trabalhos e das conclusões.

O dirigente socialista fez ainda questão de realçar que, apesar de a carta de demissão de Jorge Seguro Sanches mostrar que haveria grupos parlamentares e deputados que não estariam disponíveis para trabalhar na comissão de segunda a sexta-feira, esse não é o caso dos deputados do PS, “que estão disponíveis para trabalhar todos os dias na CPI”.

Sobre a necessidade de prolongar o prazo da comissão de inquérito, que termina a 23 de Maio, Brilhante Dias recusou falar sobre isso, remetendo para a CPI essa discussão e decisão. “Só intervenho sobre a CPI quando entendo que os parlamentares do PS que a integram podem ver em perigo a sua seriedade e a forma absolutamente independente como participam na comissão”, afirmou.

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