EUA vão treinar ucranianos para operar Abrams já em Maio

Os tão aguardados tanques vão chegar mais cedo. Stoltenberg acredita que “os ucranianos estão em condições para reconquistar ainda mais território”.

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O chefe do Pentágono, Lloyd Austin, e o ministro da Defesa da Ucrânia, Oleksii Reznikov RONALD WITTEK/EPA

As forças ucranianas vão começar a preparar-se para usar e manter os carros de combate norte-americanos Abrams já nas próximas semanas, mais cedo do que o inicialmente previsto. A chegada dos tanques à base de alemã de Grafenwoehr vai acontecer ainda em Maio e pouco depois terá início um programa de treino de dez semanas, o que deverá permitir à Ucrânia contar com os Abrams no terreno antes do final do Verão.

O novo calendário foi anunciado pelo secretário da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, no encontro do chamado Grupo de Contacto para Defesa da Ucrânia, esta sexta-feira, na base aérea de Ramstein, na Alemanha, quartel-general das operações norte-americanas na Europa e em África. “Estou confiante que este equipamento – e o treino que o acompanha – vão deixar as forças ucranianas capazes de continuarem a vencer no campo de batalha”, afirmou Austin, descrevendo o envio dos Abrams (aprovado em Janeiro, depois de meses de hesitações) como um “progresso enorme”.

“O tanque M1, quando tiver chegado, vai fazer diferença”, disse o general Mark Milley, chefe do Estado-maior das Forças Armadas dos EUA, depois do encontro, referindo-se ao Abrams como o melhor tanque do mundo.

Em relação aos Leopard, que vários países aceitaram fornecer aos ucranianos, a reunião serviu para chegar a um acordo para estabelecer na Polónia um centro de reparação para estes tanques de fabrico alemão.

Apesar do adiantamento do calendário, é pouco provável que os Abrams cheguem à linha da frente a tempo da tão aguardada contra-ofensiva contra a Rússia, que terá chegado a estar planeada para a Primavera, mas só deverá começar em Julho. Austin confirmou, por outro lado, que os EUA estão a ajudar a treinar nove brigadas, esclarecendo que as forças norte-americanas já treinaram 9000 militares e estão a preparar outros 2500: em Abril, soube-se que Kiev estava a formar oito novas brigadas com um total de 40 mil soldados para participarem na contra-ofensiva.

Questionado sobre se os ucranianos têm o que precisam para realizar com sucesso a ofensiva, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou-se “confiante de que agora eles estão em condições para reconquistar ainda mais território”, notando que “a Alemanha e os EUA já entregaram várias baterias Patriot, que já estão operacionais na Ucrânia”.

A reunião em Ramstein serviu para “rever todas as diferentes capacidades, sistemas e provisões de que a Ucrânia precisa para conseguir reconquistar mais território”, resumiu Stoltenberg aos jornalistas. Em antecipação, Austin tinha dito que o encontro se ia “focar em três temas-chave – defesa aérea, munições e facilitadores”.

Sobre o pedido ucraniano para receber caças mais avançados, Austin defendeu que mais importante do que isso são os sistemas de defesa antiaérea: “Os russos são cautelosos a entrar na Ucrânia por causa do seu uso eficaz do sistema de defesa aérea, isso é o mais crítico neste momento”.

“A Ucrânia alcançou níveis sem precedentes de interoperabilidade com a NATO”, congratulou-se o ministro da Defesa de Kiev, Oleksii Reznikov, no encontro. “Já somos, de facto, parte do espaço de segurança da aliança”, afirmou, manifestando “esperança de que isto possa acelerar as decisões políticas em relação à integração do nosso país na NATO.” Ao início da manhã, Stoltenberg repetira que “todos os aliados da NATP concordaram que a Ucrânia irá tornar-me membro”.

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