Auto Xangai: emblemas mundiais revelam intenção de apostar na China

Depois de anos a liderarem o maior mercado mundial, muitos emblemas globais vêem-se a ser ultrapassados por marcas chinesas.

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O Salão do Automóvel de Xangai decorre de 18 a 27 de Abril Reuters/ALY SONG
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O modelo conceptual da BMW i Vision Dee é revelado durante um evento no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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O Mini Concept Aceman é revelado durante um evento no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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Um Ford Ranger no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
,Veículo motorizado
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O eléctrico BYD Seal no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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Um concept do Toyota bZ Sport Crossover é exibido no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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O SUV eléctrico Xpeng G6 é exibido na exposição do Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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O Mercedes-Maybach EQS SUV que será lançado em Junho Reuters/ALY SONG
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O protótipo Nissan Max-Out é exibido na exposição do Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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O Didi Neuron, um robotaxi em exibição no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG
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O SUV eléctrico Li L7 da Li Auto no Salão do Automóvel de Xangai Reuters/ALY SONG

As marcas de automóveis globais, incluindo a Toyota e a Volkswagen, assumiram o protagonismo no Salão do Automóvel de Xangai, nesta terça-feira, com produtos concebidos especificamente para a China, alimentados por mecânicas eléctricas, para conquistarem um lugar naquele que é, actualmente, o maior mercado do mundo.

Isto acontece depois de vários emblemas chineses terem mostrado, no último ano, que são capazes de conquistar o pódio das preferências no país, tradicionalmente de marcas estrangeiras. Afinal, como se tem visto, o jogo está a avançar rapidamente e a pressão para reduzir os preços está a tornar-se mais intensa.

A Volkswagen, por exemplo, focou-se em passar a informação que, até 2026, planeia introduzir dez modelos eléctricos e reduzir o tempo de desenvolvimento de novos modelos em quase 40% para acompanhar os rivais chineses de movimento mais rápido.

“O nosso princípio orientador é o desenvolvimento na China a toda a velocidade”, disse Thomas Schafer, chefe executivo das marcas de automóveis de passageiros da VW.

A Toyota, que tem sido lenta a lançar veículos eléctricos, utilizou o Salão de Xangai para revelar dois novos EV, duplicando o número oferecido na China sob a sua marca principal. Introduziu também uma minivan da marca Lexus, o Luxury Mover, um híbrido concebido para ser conduzido por motoristas, uma preferência para muitos compradores de automóveis de luxo chineses.

Tanto a Toyota como as marcas de mercado de massa da VW perderam quota na China no último ano, à medida que o mercado se deslocou para veículos eléctricos e híbridos plug-in, nos quais as marcas fabricadas na China, lideradas pela BYD , dão cartas. E, no primeiro trimestre deste ano na China, a BYD ultrapassou tanto os veículos das marcas Toyota como VW.

Na terça-feira, a BYD lançou um novo eléctrico, o Seagull, que tem como alvo o mercado de automóveis pequenos, que a Toyota há muito domina com modelos como o Corolla, um best-seller global. Mas o preço do Seagull promete revolucionar a tendência: será proposto a partir de 10.000€, contra os mais de 24 mil euros pedidos por um bZ4X na China (em Portugal, o modelo eléctrico da Toyota é proposto a partir de 52,999€.

Hoje, a China; amanhã, o mundo

A BMW, que planeia lançar 11 modelos 100% eléctricos na China até ao final do ano, disse ter acrescentado características em resposta ao mercado chinês, como o sistema de entretenimento traseiro no sedan i7. “O que move os clientes chineses hoje, move o mundo amanhã”, disse o CEO da BMW, Olivier Zipse.

Outros executivos de automóveis chineses sublinharam o ritmo e a pressão para reduzir os custos num mercado onde os carros com condução eléctrica representam agora quase um terço das novas vendas.

Zhu Jiangmin, chefe executivo da Leapmotor, ofereceu uma previsão ousada sobre como os preços poderiam ser baixos, uma noção promissora para os consumidores, mas ameaçadora para os fabricantes de automóveis. Dentro de uma década, Jiangmin disse esperar que a China conseguisse vender um veículo eléctrico de estilo SUV com uma autonomia de bateria de 400 km por menos de sete mil euros.

O Model Y da Tesla está previsto ter um alcance de 545 quilómetros na China, mas o seu preço no país começa quase acima dos 35 mil euros.

A Tesla, que tem enfrentado críticas dos consumidores chineses por não introduzir novos modelos e características mais rapidamente, optou por não comparecer na actual edição do Salão do Automóvel de Xangai. A empresa reporta os resultados do primeiro trimestre nesta quarta-feira, e o foco principal será o quanto os seus descontos na China e noutros mercados afectaram a sua margem.

“A situação real é que o Model 3 era competitivo em 2018, mas não é tão competitivo hoje em dia, e é normal que reduzam os preços”, disse o fundador da Nio, William Li, aos jornalistas. “É possível obter melhores carros pelo mesmo preço na China.”

Li estimou que a Nio e outros fabricantes de automóveis a operarem principalmente na China têm uma vantagem de custo até 20% sobre a Tesla devido ao domínio da China sobre a cadeia de fornecimento e matérias-primas para carros eléctricos a baterias.

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