A Itália propõe multas até 60 mil euros para “ecovândalos” que danificam monumentos

“Aqueles que realizam estes actos devem também aceitar a responsabilidade financeira”, defende o ministro da Cultura Gennaro Sangiuliano num comunicado de imprensa.

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Activistas na esfinge publicitária do Museu Egípcio de Turim, na rotunda de acesso à estrada circular norte de Turim em 27 de Julho de 2022 em Turim, Itália Stefano Guidi/Getty Images

O governo italiano propôs na terça-feira sanções mais severas contra aqueles que danificam monumentos e sítios patrimoniais, lê-se numa declaração em resposta aos manifestantes que visaram obras de arte e marcos históricos famosos exigindo uma acção mais forte contra as alterações climáticas.

"Aqueles que realizam estes actos devem também aceitar a responsabilidade financeira", disse o ministro da Cultura Gennaro Sangiuliano num comunicado após uma reunião de gabinete, propondo multas até 60 mil euros. O projecto de lei está sujeito à aprovação por ambas as câmaras do parlamento.

De acordo com as notícias nos meios de comunicação italianos, para os activistas condenados por vandalismo ou danos intencionais a bens culturais, poderá existir uma proibição de aproximação a edifícios sujeitos a protecção a uma distância inferior a dez metros, sendo que a proibição aplica-se tanto às sentenças finais como às não finais e por períodos que vão desde um mínimo de seis meses até um máximo de um ano. A transgressão da proibição implicará uma multa que vai de 500 a mil euros.

A nova lei também propõe punir com prisão de seis meses a três anos mesmo aqueles que desfigurem ou deformem edifícios públicos ou religiosos e edifícios sujeitos a protecção como bens culturais. Citado pela ANSA (Agenzia Nazionale Stampa Associata), Sangiuliano explica o governo pretende "fazer com que os vândalos paguem os custos que até agora a comunidade teve que pagar para restaurar o estado dos lugares".

Nos últimos meses, os activistas ambientais bloquearam o trânsito e atiraram tinta a monumentos, edifícios famosos e pinturas em galerias. Até agora, os alvos foram a icónica fonte "Barcaccia", em frente à escadaria da Praça de Espanha em Roma, o Senado italiano, e a casa de ópera La Scala de Milão. Também pulverizaram tinta laranja sobre o Palazzo Vecchio, em Florença. Em Dezembro, bloquearam uma ponte que ligava Veneza ao continente.

O ministro da Cultura Sangiuliano adiantou que a limpeza do Senado, por exemplo, custou cerca de 40 mil euros. "Ataques a monumentos e sítios artísticos causam danos económicos à comunidade. A limpeza requer a intervenção de pessoal altamente especializado e a utilização de maquinaria muito cara", argumentou.

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