Nasceram este ano mais 1437 bebés do que no primeiro trimestre do ano passado

Teste do pezinho, coordenado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, rastreou nos primeiros três meses deste ano mais de 21 mil bebés.

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Depois de uma quebra de nascimentos em 2021, no ano passado o número de bebés que fizeram o teste do pezinho voltou a estar acima dos 80 mil Ines Fernandes

A contabilização é feita através do teste do pezinho, que rastreia algumas doenças graves em todos os recém-nascidos, e que é um forte indicador do número de nascimentos quase em tempo real. Segundo o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (Insa), nos primeiros três meses deste ano já foram rastreados mais de 21 mil bebés, o que representa um acréscimo de 1437 recém-nascidos em comparação com o mesmo período do ano passado.

“No primeiro trimestre de 2023, foram estudados 21.065 recém-nascidos no âmbito do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN)”, revela o Insa numa nota divulgada no seu site, na qual acrescenta que, “comparando com igual período do ano passado, se realizaram mais 1437 testes do pezinho (19.628)”.

De acordo com os dados, “observa-se que o maior número de bebés rastreados nasceram nos distritos de Lisboa e do Porto, com 6251 e 3799 testes efectuados, respectivamente, seguidos de Setúbal, com 1746, e Braga, com 1520”. Do lado oposto, os distritos de “Portalegre (121), Bragança (163) e Guarda (167) foram os distritos com menos recém-nascidos estudados”.

Em 2021, Portugal registou uma quebra histórica nos nascimentos, com 79.217 crianças estudadas por este programa coordenado pelo Insa. Um número que representou menos 6239 recém-nascidos avaliados do que em 2020. Segundo dados divulgados na altura, no distrito de Lisboa foram rastreados 23.494 bebés (menos 1520 do que em 2020), e no Porto 14.736 (menos 998 do que no ano anterior). O número mais baixo verificara-se em 2014, com 83.100 exames realizados no país.

Nessa altura, a demógrafa Maria João Valente Rosa apontava os efeitos da pandemia na redução da natalidade. “O clima de incerteza a todos os níveis — sanitário, social, relacional, económico — actua contra a natalidade. A covid-19 veio agravar esta componente de incerteza que torna a decisão de ter filhos ainda mais difícil”, explicou então.

No ano passado registou-se uma melhoria da situação, com Portugal a ultrapassar novamente a barreira dos 80 mil nascimentos. Segundo dados divulgados pela Lusa no início deste ano, em 2022 foram estudados 83.436 recém-nascidos, o que representou um aumento de 5,3% relativamente ao ano anterior. Foi Lisboa que rastreou mais recém-nascidos – 24.842, mais 1348 comparativamente a 2021 –, seguida do Porto – 15.255 bebés, mais 519 do que no ano anterior. Já os Açores rastrearam 1997 bebés, menos seis do que em 2021, e Portalegre igualou o número de nascimentos (584).

O teste do pezinho deve ser realizado entre o terceiro e o sexto dia de vida do recém-nascido e é efectuado através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança. O exame permite o rastreio de 27 doenças, que se não forem detectadas precocemente podem provocar atraso mental, alterações neurológicas graves, alterações hepáticas ou até situações de coma.

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