EUA e Filipinas iniciam exercícios militares conjuntos no mar do Sul da China

Denominados Balikatan – “ombro a ombro” –, os exercícios envolvem mais de 17 mil militares dos dois países e incluem fogo real.

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Cerimónia de abertura dos exercícios militares, em Quezon City, nas Filipinas Reuters/ELOISA LOPEZ

Os Estados Unidos e as Filipinas iniciaram nesta terça-feira os maiores exercícios militares conjuntos em décadas e que envolvem mais de 17 mil soldados no mar do Sul da China e no estreito de Taiwan.

Os exercícios anuais dos dois aliados de longa data, chamados Balikatan – “ombro a ombro” em filipino –, decorrem até 28 de Abril e incluem, pela primeira vez, exercícios de fogo real no mar.

“O destaque será o exercício combinado de fogo real litoral, que visa ensaiar técnicas e procedimentos tácticos conjuntos e combinados para executar um ataque marítimo”, disse o major-general Marvin Licudine, responsável filipino pelos exercícios militares, num discurso na cerimónia de abertura.

Os exercícios Balikatan começam um dia depois do fim dos jogos de guerra levados a cabo pela China em redor de Taiwan, que incluíram ataques de precisão e o bloqueio da ilha, numa aparente resposta ao encontro da Presidente taiwanesa, Tsai Ing-wen, com o líder da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, em Los Angeles.

Na segunda-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês criticou os exercícios conjuntos de EUA e Filipinas, dizendo que “não devem interferir nas disputas no mar do Sul da China Meridional e muito menos prejudicar a soberania territorial, os direitos e interesses marítimos e de segurança da China”.

O major-general Eric Austin, responsável norte-americano pelos exercícios, afirmou que os Balikatan garantirão que “estamos preparados para responder, juntos, aos desafios do mundo real”.

As relações EUA-Filipinas estreitaram-se consideravelmente desde a chegada ao poder do Presidente Ferdinand Marcos Jr., que em Fevereiro concedeu aos EUA acesso alargado às bases militares no seu país. Os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros das duas nações devem reunir-se pela primeira vez em sete anos em Washington, esta semana.

Os exercícios militares conjuntos, distribuídos por diferentes pontos do país, incluirão também o treino em operações anfíbias, de aviação, defesa cibernética, operações urbanas, contraterrorismo e auxílio humanitário.

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