Teatro Nacional São João vai receber 3,5 milhões de euros do PRR

Candidaturas agora aprovadas permitirão intervenções de eficiência energética no Mosteiro de São Bento da Vitória, que encerrará para obras em Abril de 2024, e no próprio edifício do teatro.

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Espectáculo no Mosteiro de São Bento da Vitória, monumento que terá intervenções ao abrigo do PRR paulo pimenta

O Teatro Nacional São João (TNSJ) viu aprovadas três candidaturas ao Fundo Ambiental do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a mais relevante das quais contempla um conjunto de intervenções no Mosteiro de São Bento da Vitória, que implicarão um investimento de cerca de 2,2 milhões de euros e obrigarão ao encerramento do edifício entre Abril do próximo ano e o início de 2025. As duas outras candidaturas, que elevam para 3,5 milhões de euros o financiamento agora aprovado, dizem respeito a intervenções no próprio edifício do TNSJ e no seu Atelier de Guarda-Roupa e Adereços.

A operação no mosteiro envolve o isolamento térmico da cobertura, a implementação de sistemas de AVAC (aquecimento, ventilação e ar condicionado), um sistema de gestão técnica de energia centralizada, um sistema fotovoltaico para a produção de energia eléctrica, e ainda a instalação de iluminação interior LED, tanto em zonas cénicas como em espaços de trabalho, permitindo a renovação de equipamentos de iluminação cénica, grande parte dos quais provêm do antigo Auditório Nacional Carlos Alberto (h0je Teatro Carlos Alberto) e estão em uso há mais de trinta anos.

Já no Teatro São João, completando as obras de requalificação realizadas em 2021 com verbas do programa operacional regional NORTE 2020, por ocasião do centenário do edifício, as intervenções agora previstas incluem a aquisição de equipamentos de iluminação LED para o palco, a substituição de vãos envidraçados e portas e, à semelhança do que ocorrerá no Mosteiro de São Bento da Vitória, a implementação de um sistema de produção energética através de painéis fotovoltaicos e de um sistema de gestão de energia.

Ao contrário do que aconteceu em 2021, quando o teatro esteve encerrado seis meses não apenas para renovação das instalações eléctricas, sistemas de climatização e dispositivos de segurança contra incêndios, mas também para uma completa modernização do palco e de toda a arquitectura de cena, esta nova intervenção “não terá impacto significativo na actividade regular do São João”, esclarece um comunicado do presidente da administração do TNSJ, Pedro Sobrado, estimando que esta venha a ocorrer em dois momentos, o primeiro de Julho a Setembro de 2024 e o segundo entre meados de Dezembro e o início de 2025.

A terceira candidatura permitirá ainda investir cerca de 100 mil euros em intervenções de eficiência energética no Atelier de Guarda-Roupa e Adereços, instalado na Rua da Porta do Sol.

“A aprovação destas candidaturas reveste-se da maior importância para o TNSJ, tanto no plano simbólico ou institucional quanto no plano material”, disse ao PÚBLICO o presidente da administração. Sublinhando que “o São João garante 3,5 milhões de euros do PRR depois de ter sido capaz de captar verbas do programa operacional regional NORTE 2020 e do POSEUR [Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos]”, estas últimas para intervenções de eficiência energética do Teatro Carlos Alberto, Sobrado acrescenta que estas operações se “revestem de efectiva importância material, porque irão permitir completar o investimento que foi realizado no Teatro São João no quadro das comemorações do centenário”.

E destaca sobretudo o facto de as verbas do PRR irem permitir “a realização de uma primeira operação de fundo” no Mosteiro de São Bento da Vitória, que é monumento nacional. “É um edifício que reclama uma especialíssima atenção e que nos tem feito sentar à mesma mesa com a Direcção Regional de Cultura do Norte e a Direcção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas, cujo Arquivo Distrital do Porto ocupa uma outra parte do edifício”, diz, mostrando-se confiante de que esta operação levará a que, “num futuro não muito longínquo”, se proceda a uma nova intervenção no mosteiro, desta feita “transversal e multidisciplinar”.

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