Propostas finais à compra da Efacec conhecidas esta segunda-feira

Prazo para os cinco candidatos apresentarem “propostas vinculativas melhoradas” está a terminar. Situação económica e financeira da empresa tem vindo a degradar-se.

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A Efacec está praticamente em gestão corrente há três anos Nelson Garrido

O atribulado processo de reprivatização de 71,73% do capital da Efacec conhece novos desenvolvimentos esta segunda-feira, 10 de Abril, data em que termina o prazo para os cinco candidatos admitidos ao segundo concurso apresentarem propostas vinculativas. A empresa está há mais de três anos “à deriva”, com o Estado a pagar salários e outras despesas correntes, mas sem meios para uma gestão activa dos negócios.

O Governo, em decisão tomada no início de Março, aprovou as propostas iniciais da Mota-Engil Capital, da Oxy Capital-SGOIC, dos grupos Visabeira e Sodecia Participações Sociais SGPS (com as duas empresas a concorrer em consórcio), e ainda da Mutares Iberia, S.L e do Oaktree Capital Management, L.P.

Após esta decisão, os seleccionados tiveram cerca de um mês para “a apresentação de propostas vinculativas melhoradas”, prazo que termina esta segunda-feira.

A Efacec foi nacionalizada a 2 Julho de 2020, assumindo o Estado os 71,7% do capital até então detidos pela empresária Isabel dos Santos, entretanto visada em processos avançados pela justiça angolana, na sequência das investigações de um consórcio de jornalistas internacionais, que ficou conhecido por Luanda Leaks.

Ainda no final desse ano arrancou o primeiro concurso para a reprivatização, no âmbito do qual foi seleccionado o grupo português DST, mas que, depois de vários meses de negociações, acabou por terminar sem sucesso.

Nos último três anos, a empresa tem estado praticamente em gestão corrente, e sem dinheiro para comprar matérias-primas, o que tem contribuído para um aumento dos prejuízos. Ao ponto, apurou recentemente o PÚBLICO, de serem os próprios clientes a comprarem as matérias-primas necessárias para que as encomendas avancem.

Até ao final de 2022, o Estado já tinha financiado directa ou indirectamente (através de garantias bancárias) mais de 160 milhões de euros, cujo destino tem sido em grande parte destinado ao pagamento de salários.

O Jornal Económico avançou recentemente que o Estado injecta, mensalmente, 14 milhões de euros na empresa que tem cerca de 2000 trabalhadores e que ainda tem alguma presença em mercados internacionais.

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