Passeios marítimos às grutas da costa algarvia são um risco sem cobertura legal

O acesso marítimo às grutas de Benagil é caótico. O município e a capitania do porto de Portimão reclamam “disciplina e regulamentação”. As furnas enchem-se barcos e caiaques à espera do desastre.

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Na gruta de Benagil amontoam-se os barcos e os caiaques

Aaron Vieira cresceu a ouvir contar histórias do avô, pescador de Armação de Pêra, que perdeu a vida quando levava turistas alemães a visitar as grutas de Benagil. Decorridos mais de 50 anos, o episódio continua presente na memória colectiva. O neto, filho de pai português e mãe inglesa, seguiu a tradição familiar: no Inverno, pesca, e quando chega o Verão é guia turístico pelas grutas daquele litoral. As duas actividades completam-se. “As licenças [marítimo-turísticas] começaram por ser só passadas a pescadores, agora aparecem barcos de todo o lado”. Não existem restrições nem lei que regulamentem o acesso a estas zonas de elevada sensibilidade geológica. Em 2010, neste ramo de negócio, havia 120 operadores. No ano passado, o Turismo de Portugal emitiu 528 licenças para o Algarve. E não há restrições.

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