Rui Moreira rejeita desconto para portuenses no Primavera Sound
Bloco de Esquerda aprovou apoio dado ao festival pela Câmara do Porto: 650 mil euros, o triplo em relação ao ano passado. Mas pediu que “esforço dos contribuintes” fosse compensado.
O vereador do Bloco de Esquerda na Câmara do Porto desafiou Rui Moreira a pensar num benefício para os portuenses que recompensasse o esforço que, como contribuintes, terão de fazer para que o apoio do município ao festival Primavera Sound seja aumentado. Mas o presidente da autarquia rejeitou a ideia.
No final da reunião privada desta segunda-feira, Sérgio Aires relatou a sua proposta aos jornalistas, lamentando não haver abertura para pensar em algum benefício.
O apoio da autarquia era de cerca de 200 mil euros e será, na edição deste ano, de 650 mil. A proposta de triplicar o apoio foi tornada pública por Rui Moreira na semana passada, numa conferência de imprensa, embora só nesta segunda-feira tenha sido levada ao executivo - que a aprovou, apenas com abstenção da CDU.
“Por que é que não podemos ter algum benefício para que os habitantes da cidade, particularmente os jovens, possam ter um bilhete mais acessível? Se não houvesse apoio público era o mercado a funcionar, mas não é o caso. Há um esforço maior de todos os contribuintes”, criticou o vereador do BE.
O apoio da Câmara do Porto ao Primavera Sound surgiu uma semana depois do corte com o Festival Mimo, que decorreu pela primeira vez na cidade em 2022. Rui Moreira acusou a organização de “incumprimento” com “as normas que estavam previamente estabelecidas” - algo que o Mimo já prometeu contestar em tribunal. Na altura, o município do Porto já adiantava que pretendia investir um valor semelhante noutros eventos culturais da cidade.