Charli Elle estreia em videoclipe WW3, uma canção nascida de uma outra guerra

É provável que já tenham visto o seu nome, pelo menos no tema GTFO (Bla Bla Bla), composto para um videoclipe concebido e coreografado por Inês Corte-Real, em 2022. Mas só agora Charli Elle, depois de muito compor para outros, começa a apresentar-se a solo, estreando esta quinta-feira um novo single, WW3, uma “world war three” que tem bem pouco de mundial e muito de pessoal. Escreve Charli, no texto que acompanha o single e videoclipe: “A WW3 nasceu de um momento em que todas as pessoas na minha vida estavam em guerra. Ninguém gostava da pessoa com quem namorava na altura, e até chegaram a fazer-me ultimatos para deixar essa pessoa, que também me bombardeava com opiniões sobre amigos e pessoas com quem trabalhava. Para piorar a situação, também não tinha a aprovação dos meus pais, que tanto não gostavam da pessoa com quem namorava, mas também algumas das pessoas com quem trabalhava.”

Um dia, com tudo isso na cabeça, transformou o pesadelo em música: “Sentei-me no meu estúdio, sozinha e exausta, e escrevi o que veio a ser a primeira frase da canção, ‘I’m wasting all my energy, trying to make lovers out of enemies’”. A seguir, acrescenta, “saíram as metáforas e imagens de guerra, tiroteios, bombardeamentos e explosões, que retratam o que era o meu estado mental, e a minha realidade na altura. Numa hora, a canção estava feita.” Juntaram-se-lhe, na gravação final, as guitarras de Márcio Silva e João Gaspar, a bateria de Carlos Ramos, o baixo de Tiago Mourão e os teclados de Nuno Junqueira.

Cantora, autora e produtora autodidacta, Charli Elle começou cedo na música. Nascida em Portugal, foi viver com os pais para a África do Sul com apenas dois anos. Aí, segundo a sua autobiografia, conquistou vários prémios em canto, piano, poesia e escrita criativa, com vários primeiros lugares em concursos de música pop. A primeira composição (de muitas), escreveu-a aos 13 anos, “após uma perda familiar”. Da África do Sul para os Estados Unidos, aventurou-se depois no teatro, estudando na American Musical and Dramatic Academy, vindo a completar, ainda nos EUA, os estudos musicais na New School for Jazz and Contemporary Music. Regressada a Portugal, tem vindo a compor para artistas de várias áreas, apresentando-se agora a solo.