Yellen garante que o Tesouro está disponível para salvar mais bancos se for preciso
Depois da rápida acção das autoridades na falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, a secretária de Estado do Tesouro norte-americano considera que o sector bancário “está seguro”.
A secretária de Estado do Tesouro norte-americano, Janet Yellen, defendeu esta terça-feira que, em resultado da rápida acção das autoridades na falência do Silicon Valley Bank e do Signature Bank, “a situação está a estabilizar”, e o sector bancário “está seguro”. Ainda assim, não deixou de garantir que “acções semelhantes podem ser justificadas se instituições menores sofrerem corridas de depósitos que representem o risco de contágio”.
“Permitam-me que seja clara: as recentes actuações do Governo demonstram o nosso firme compromisso de tomar as medidas necessárias para garantir que as poupanças dos depositantes e o sistema bancário continuem seguros”, declarou Yellen, na conferência da Associação de Banqueiros Americanos.
A responsável considera que foi graças às acções "decisivas e contundentes" da agência que garante os depósitos, a Federal Deposit Insurance Corp (FDIC), da Reserva Federal norte-americana (Fed) e do Tesouro, que se reduziram o risco de novas falências bancárias, garantindo a confiança no sistema bancário.
"As medidas que tomamos não foram focadas em ajudar bancos ou classes de bancos específicos. A nossa intervenção foi necessária para proteger o sistema bancário mais amplo dos EUA", disse Yellen nas observações divulgadas pelo Tesouro.
As acções consistiram na garantia de todos os depósitos dos dois bancos acima dos 250.000 dólares por cliente (salvaguardados pela actual regulação), e à cedência de liquidez, assegurada pela Fed, para responder a um maior número de levantamentos de depósitos.
Yellen não forneceu detalhes sobre que outras acções podem ser justificadas. Contudo, alguns grupos bancários pediram garantias universais temporárias para todos os depósitos bancários dos EUA, uma medida que requer aprovação do Congresso.
A secretária de Estado do Tesouro garantiu que os problemas vividos nos bancos regionais não se comparam com os que se verificaram em 2008, assegurando ainda que o governo federal está preparado para actuar “com contundência”.
As bolsas norte-americanas iniciaram a sessão a subir, com os títulos bancários em recuperação.
A justificar o comportamento dos mercados accionistas estão as garantidas deixadas pela antiga presidente da Fed, mas também, na Europa, a rápida solução encontrada para Credit Suisse, que irá ser absorvido pelo UBS.
Entretanto, esta quarta-feira será conhecida a decisão da Fed relativamente à política monetária, apontada como uma das causas para os problemas registados em algumas instituições bancárias norte-americanas. Antes da recente crise em bancos de menor dimensão, as estimativas apontavam para uma nova subida da taxa directora em 0,50%, dos actuais 4,5% para 5%.