Amazon dispensa mais nove mil trabalhadores

Director executivo da empresa norte-americana justifica despedimentos com “instabilidade económica” actual.

Foto
Na nova vaga de despedimentos foram afectados principalmente os trabalhadores da Amazon Web Services REUTERS/Salvador Rodriguez

A Amazon anunciou esta segunda-feira que vai extinguir mais nove mil postos de trabalho, num total de 27 mil despedimentos ao logo dos últimos meses.

A gigante tecnológica tem justificado os despedimentos colectivos pela necessidade de cortar despesas, face a uma possível recessão económica.

Num comunicado aos trabalhadores, depois divulgado online, o director executivo da Amazon, Andy Jassy, afirmou que a decisão resultou da análise contínua das prioridades da empresa e da "instabilidade económica" actual.

"Dada a instabilidade económica e a falta de visibilidade sobre o futuro próximo, decidimos reduzir os nossos custos e a nossa mão-de-obra", afirmou Jassy, que sucedeu ao fundador do grupo, Jeff Bezos, em Julho de 2021.

Enquanto os anteriores despedimentos se concentraram nas lojas Amazon e nos departamentos de PXT (People, Experience, and Technology, o nome dado ao departamento de recursos humanos), desta vez, foram mais afectados os trabalhadores da Amazon Web Services (serviço de armazenamento e processamento de dados — a cloud), da área de publicidade e do serviço de streaming Twitch.

Nos últimos meses, uma onda de despedimentos tem assolado o sector, sentido em particular nas gigantes tecnológicas sediadas nos Estados Unidos: Microsoft, Meta, Google, Apple ou Intel. Só no primeiro mês deste ano, 68 mil pessoas foram despedidas. Na Microsoft, por exemplo, foram dispensados 18 mil funcionários. Na Google, 12 mil.

Estes cortes nos recursos humanos seguem-se a um pico de contratações durante os anos marcados pela pandemia, em que as empresas acolheram novos trabalhadores, não tendo agora capacidade, ou necessidade, de os manter.

Desde finais de 2019 até ao fim de 2022, nos meses em que o confinamento devido à covid-19 fez disparar o comércio online, a Amazon recrutou 700 mil pessoas, aumentando em 83% o número de empregados.

"Aos que são atingidos por estas reduções, quero agradecer pelo trabalho feito em nome dos clientes e da empresa", escreveu Andy Jassy no último parágrafo do comunicado aos trabalhadores. "Aos que continuam connosco nesta jornada, estou ansioso por colaborar convosco para continuarmos a tornar a vida dos nossos clientes mais fácil e melhor."

No mês passado, a Amazon admitiu que os lucros operacionais da empresa podiam continuar em queda neste trimestre, face à diminuição de poder de compra dos clientes.

No quarto trimestre de 2022, o grupo, que aí contava 1,54 milhões de empregados em todo o mundo, registou uma queda de 98% no seu lucro líquido.​

Sugerir correcção
Ler 1 comentários