Lisboa já tem sistema de monitorização e alerta em caso de inundação

Novo sistema de vigilância está integrado no programa de monitorização e prevenção de riscos da autarquia alfacinha. Já há dez sensores em oito zonas da cidade, e a rede pode ser alargada.

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As cheias de Dezembro do ano passado afectaram várias zonas da cidade de Lisboa LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) apresentou ao início da noite desta segunda-feira o novo Sistema de Sensores para Monitorização e Alerta Precoce de inundações em Lisboa. Carlos Moedas assistiu à instalação de um sensor em Alcântara, uma das zonas mais sensíveis e afectadas por fenómenos de chuvas intensas e cheias, o último de dez da primeira fase do projecto que já estão espalhados por oito zonas da cidade

O novo sistema está integrado no programa de monitorização e prevenção de riscos da autarquia, através do Serviço Municipal de Protecção Civil e do Departamento de Saneamento.

Estes sensores, juntamente com outros de caudal a instalar em condutas, vão, segundo os responsáveis pela autarquia, “permitir a monitorização em tempo real e permitir a detecção precoce de fenómenos com potencial risco de danos humanos e materiais causados por inundações”. Permitindo assim “a melhor gestão de meios de prevenção e a mais rápida activação dos meios de socorro”.

Já foram instalados, no final de Fevereiro e início deste mês, sensores nos túneis da Av. João XXI (dois sensores de inundação), Entrecampos (um de inundação), Campo Pequeno (um de inundação), Campo Grande (dois de inundação) e Batista Russo (um de inundação). Paralelamente, foi instalado um sensor na Rua da Palma, junto ao Martim Moniz (um sensor de caudal), Rua Dom Duarte, junto ao Martim Moniz, em frente ao Hotel Mundial (um de inundação) e nesta segunda-feira foi instalado na Rua da Fábrica da Pólvora, próximo da Rua da Cascalheira, em Alcântara (um sensor de inundação).

Possível ampliação a toda a cidade

“O nosso objectivo é testar este sistema-piloto e, se tudo resultar como previsto, iremos avançar e ampliar a rede de sensores a toda a cidade, criando cada vez mais modelos preditivos que nos possam ajudar a mitigar riscos com a maior antecedência possível protegendo pessoas e bens”, disse ao PÚBLICO Carlos Moedas.

O presidente da CML lembra que “Alcântara é uma das zonas mais sensíveis e críticas para inundações sempre que existem fenómenos de chuvas intensas”. “Terminamos assim nesta freguesia a primeira fase de instalação destes sensores nas áreas definidas como prioritárias. Alcântara junta-se assim ao Martim Moniz e aos grandes túneis da cidade. Todos eles passam a estar dotados com mais este sistema de segurança ao serviço da Protecção Civil e todo o sistema de socorro da cidade”, salientou

Carlos Moedas diz ainda que a sua prioridade só pode ser uma: “Investir em tudo o que seja fundamental e estrutural para garantir a segurança da cidade e dos seus habitantes. Assumi por isso, desde a primeira hora, e não foi preciso esperar pelas consequências das chuvas torrenciais do final do ano passado, de que Lisboa tinha de avançar de uma vez por todas, e sem mais hesitações, para a construção do Plano Geral de Drenagem” de Lisboa (PGDL)

Uma obra complexa e demorada que, ainda segundo Moedas, o obriga a “continuar a procurar mitigar todos os riscos enquanto ela não estiver concluída e operacional”.

“Nesse sentido, a CML está a agir também, numa parceria com o LNEC, numa operação de inspecção dos grandes colectores de Lisboa para actuar preventivamente na reabilitação da rede (manutenção e protecção dos colectores)”, concluiu.

A Área Metropolitana de Lisboa tem sido afectada por cheias ao longo dos anos, especialmente os concelhos de Lisboa, Loures e Oeiras. Estes municípios voltaram a ser fortemente afectados nos dias 7, 8, 13 e 14 de Dezembro do ano passado, com vários locais inundados após fortes chuvas que causaram prejuízos de vários milhões de euros e estragos em estradas, comércio, habitações e dezenas de desalojados.

Só em Lisboa, Carlos Moedas estimou que as cheias no município causaram estragos no valor 49 milhões euros – 34 milhões de euros correspondem a danos em equipamentos e infra-estruturas públicas da cidade e os restantes 15 milhões de euros a estragos em actividades económicas, comércio e serviços e habitações privadas. A autarquia anunciou apoios de cerca de três milhões de euros para famílias e actividades económicas

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