Bayern prova que ser adepto do PSG continua a ser um suplício

A equipa francesa demonstrou que não é necessariamente mais forte sem Neymar e, caindo perante o Bayern, vai outra vez para casa cedo na Liga dos Campeões. Os alemães nem precisaram de suar muito.

PSG e Bayern em duelo na Alemanha
Fotogaleria
PSG e Bayern em duelo na Alemanha EPA/RONALD WITTEK
psg,bayern-munique,desporto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
EPA/ANNA SZILAGY
psg,bayern-munique,desporto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
EPA/RONALD WITTEK
psg,bayern-munique,desporto,liga-campeoes,futebol-internacional,
Fotogaleria
EPA/RONALD WITTEK
,FC Barcelona
Fotogaleria
EPA/ANNA SZILAGY

Mais um ano, mais uma desilusão. 1,3 mil milhões de euros depois, o PSG, um clube com uma história parca em tradição vitoriosa em França, continua a ser um clube vazio também de glória europeia. E vai continuar assim pelo menos mais um ano.

A equipa francesa caiu nesta quarta-feira nos oitavos-de-final da Liga dos Campeões, cedendo perante o Bayern Munique, que soube capitalizar o 1-0 conseguido em Paris. Agora, na Alemanha, um 2-0 permitiu aos germânicos irem dormir de sorriso na cara – não só seguem em frente como colocam “no sofá” um dos principais rivais na luta pelo título europeu, que cai nos “oitavos” pelo segundo ano consecutivo.

Christophe Galtier, treinador do PSG, já tinha dado pistas sobre o que seria este jogo sem Neymar. “É grande desvantagem não ter um jogador com 18 golos e 16 assistências. Estamos melhor? Não. Se somos mais equilibrados? Sim. Olhando para o perfil dos médios, sim. Se é melhor não o ter? Não. É uma grande arma para marcar golos”, apontou.

E foi exactamente isto que o jogo da Allianz Arena provou. O PSG é uma equipa mais equilibrada sem Neymar, e de facto só se perdeu quando ficou em desvantagem, mas não é necessariamente mais capaz.

Faltou um jogador entre linhas para ligar o jogo de forma que Neymar faz, mas que Ruiz e Vitinha não fizeram. Mas, com Neymar, o desequilíbrio na equipa também não seria aconselhável. Em suma, este jogo, com ou sem Neymar, parecia condenado ao mesmo desfecho. Sendo certo que o PSG até poderia ter chegado à vantagem, é certo também que pareceu tudo bastante fácil para o Bayern, que teria dado mais se fosse necessário.

Jogo “morno”

Na primeira parte houve um jogo algo “morno”. O PSG construía tranquilamente a três, por vezes até no meio-campo alemão, mas faltava ligação entre os defensores e os atacantes.

Conservador, o Bayern deu poucos espaços quando as dinâmicas eram as esperadas. Os problemas só surgiram quando houve mudança dos movimentos: aos 2’, Mbappé pediu em apoio frontal (em vez de no espaço) e combinou com Ruiz, e aos 24’ Nuno Mendes surgiu desde trás pelo espaço que habitualmente é explorado por Mbappé e criou um lance não finalizado por Messi.

No fundo, o Bayern defendia em função do que fazia Mbappé – e ninguém poderá condenar Julian Naggelsman – e só quando o francês fez algo diferente do habitual é que os alemães sofreram.

Aos 38’, um erro de Sommer deixou a baliza aberta para Vitinha, mas De Ligt cortou em cima da linha de baliza. Foi a grande oportunidade de golo da primeira parte e surgiu de um erro técnico – só assim parecia ser possível quebrar o marasmo global.

Bayern diferente

Após o intervalo, o Bayern veio com uma audácia pouco vista até então, com duas situações em que colocou vários jogadores em zona de finalização – uma delas teve golo anulado. E aproveitou esses dois momentos para criar algum receio no PSG, que se submeteu a uma posição mais subjugada.

O Bayern cresceu e tomou conta da partida, sobretudo pela forma como Kimmich e Goretzka deram uns passos em frente no terreno, conseguindo ligar mais o jogo com Müller. Outra dinâmica também aparentemente propositada foi a saída de bola mais vincada pelo lado direito, de forma a atrair o PSG a esse lado, deixando Davies e Musiala com mais espaço no flanco oposto.

Aos 61’, Verrati, habitualmente um “mago do passe”, voltou a perder a bola em zona proibida (algo que já tinha acontecido neste jogo), num momento em que o PSG incompreensivelmente insistiu em sair curto apesar de estar em três contra quatro – a tal subida de Goretzka fez a diferença nesse momento de pressão.

Bola recuperada e houve golo de Choupo-Moting, avançado que parece ser de estirpe diferente da restante equipa, mas que continua a marcar golos.

A partir daqui estava montado o “recreio” para o Bayern. O PSG teria de expor-se e os alemães, com mais “motos” em campo (entraram Sané, Cancelo e Gnabry), teriam o espaço para “matarem” o jogo. E Gnabry fê-lo aos 89', com passe de Cancelo.

No outro jogo da noite houve 0-0 entre Tottenham e AC Milan, que permite aos italianos fazerem valer o 1-0 da primeira mão. Há 11 anos que o Milan não chegava aos "quartos" da Champions.

Sugerir correcção
Comentar