Candidato que ficou em terceiro nas eleições da Nigéria diz que foi ele que ganhou

Peter Obi, a grande sensação das presidenciais que venceu em Lagos, promete contestar em tribunal os resultados oficiais.

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Peter Obi declara-se candidato vencedor TEMILADE ADELAJA/Reuters

Peter Obi, um estreante em corridas presidenciais na Nigéria que congregou o apoio da juventude urbana do país, terminou em terceiro lugar nas eleições de sábado passado, segundo os resultados oficiais da Comissão Eleitoral Nacional Independente (INEC, na sigla em inglês). Agora, porém, reclama a vitória e diz que vai impugnar o escrutínio.

“Nós ganhámos as eleições e vamos prová-lo aos nigerianos”, declarou esta quinta Peter Obi, numa conferência de imprensa em que falou pela primeira vez desde o fim-de-semana. “Quero assegurar a todos os nigerianos que vamos explorar todas as opções pacíficas e legais para reclamarmos o nosso mandato”, afirmou, citado pela agência Reuters.

As presidenciais de sábado deram a vitória a Bola Tinubu, do Congresso Progressista, partido actualmente no poder. Mas o anúncio oficial dos resultados só foi feito na quarta-feira e todo o processo de contagem de votos esteve envolvido em polémicas e em suspeitas de viciação. Na terça-feira, os três principais partidos da oposição denunciaram resultados “adulterados e manipulados”.

De acordo com os dados oficiais, Tinubu obteve 36,6% dos votos a nível nacional e cumpriu os requisitos para ser Presidente: superou os outros candidatos e obteve pelo menos 25% da votação em dois terços dos 36 estados da Nigéria e na capital, Abuja. Atiku Abubakar obteve 29,1% e Obi alcançou 25,4%, vencendo em Lagos, a cidade mais populosa do país.

“O bom povo trabalhador da Nigéria foi novamente roubado pelos nossos supostos líderes”, acusou Obi, que, segundo a Reuters, não quis mostrar provas do que disse mas prometeu apresentá-las em tribunal. O candidato que ficou em segundo lugar, Atiku Abubakar, do Partido Democrático Popular, também veio entretanto dizer que vai levar os resultados eleitorais à Justiça.

Também esta quinta veio a INEC, em comunicado, rejeitar que as ferramentas digitais que empregou pela primeira vez nesta votação tivessem como finalidade adulterar o resultado final. Os observadores da União Europeia alertaram que houve muitas falhas técnicas no sistema informático usado no escrutínio e criticaram a comissão por falta de planeamento e de comunicação, mas não houve alegações de fraude.

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