CEO da TAP remete eventuais consequências para depois do relatório da IGF

“Vamos aguardar pela conclusão do relatório final da IGF, que ainda não foi divulgado”, afirmou Christine Ourmières-Widener, acrescentando que haverá uma reacção “em conformidade” com o mesmo.

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A presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Para a presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, “é importante esperar pelo relatório final” da Inspecção-Geral de Finanças (IGF) ao processo de indemnização de meio milhão de euros pago pela empresa pública à ex-administradora Alexandra Reis antes de se pronunciar sobre as consequências do caso. “Vamos aguardar pela conclusão do relatório final da IGF, que ainda não foi divulgado”, vincou aos jornalistas, à margem de um evento da empresa na Bolsa de Turismo de Lisboa, destacando que haverá uma reacção “em conformidade” com o mesmo.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, “tem todo o direito de pedir consequências”, tal como o fez, no caso de serem identificadas irregularidades, afirmou a gestora em resposta às perguntas dos jornalistas, mas essas “têm de estar ligadas às conclusões”, que “ainda não foram divulgadas”.

Sobre se poderia ser despedida devido a este caso, a presidente executiva (CEO) da TAP, cargo que ocupa desde Junho de 2021 após ter sido escolhida pelo Governo, afirmou que não lhe competia responder à questão. “Cabe-me cumprir a minha função na empresa” e gerir o plano de reestruturação em curso, replicou. A gestora está também a preparar a companhia aérea para a sua privatização.

TAP entregará "todos os documentos que for necessário”

Sobre a comissão de inquérito que está agora a arrancar no Parlamento, e que irá analisar os actos de gestão da TAP, Christine Ourmières-Widener adiantou que serão fornecidos “todos os documentos e informações que for necessário”, mencionado a existência de auditorias feitas dentro da empresa “para ter mais informação”.

Na terça-feira, o ministro das Finanças, Fernando Medina, também afirmou no Parlamento que estava a aguardar a entrega do relatório pela IGF para, “a partir daí, tirar as conclusões que se impõem, de assegurar a legalidade do funcionamento do Estado e, neste caso, de uma empresa importante no universo do Estado”.

No domingo, o Ministério das Finanças emitiu um esclarecimento, depois de a SIC ter noticiado que a IGF tinha detectado “forte irregularidades” no processo de saída de Alexandra Reis, afirmando que o processo ainda estava em curso, “encontrando-se em fase de contraditório”.

“Só após esta fase será produzido um relatório final que será enviado ao Governo”, explicitou fonte oficial do Ministério das Finanças, garantindo que “logo que a acção inspectiva se encontre concluída e seja produzido o relatório da mesma, o ministro das Finanças prontamente tornará públicas as conclusões e determinará o que se impuser para plena garantia da legalidade”.

Quando foi ao Parlamento, em Janeiro, Christine Ourmières-Widener afirmou que a saída de Alexandra Reis aconteceu "por motivos profissionais, devido a um desajustamento com o plano de reestruturação", acrescentando que "o alinhamento é fundamental". Este foi, aliás, o "único motivo", afirmou, acrescentando que é "preciso um alinhamento total na equipa”. “Temos de trabalhar todos na mesma direcção", vincou. Não esclareceu, no entanto, se Alexandra Reis se tinha demitido ou se tinha sido demitida.

Antes, o Ministério das Infra-estruturas já tinha referido que tinha havido uma "manifesta incompatibilização, irreconciliável", entre Christine Ourmières-Widener e Alexandra Reis.

"Stopover" com mais dias

Esta quinta-feira, a TAP anunciou o relançamento e o reforço do programa Stopover, que permite aos passageiros de longo curso passar uns dias em Portugal, mesmo se esse não é o seu destino final (um passageiro que vá dos EUA para Israel, por exemplo, pode ficar uns dias no Porto ou em Lisboa antes de seguir viagem).

A paragem, segundo anunciou a TAP, “pode agora ser até dez noites” sem que haja um custo adicional na tarifa. A medida conta com o apoio do Turismo de Portugal.

A TAP anunciou ainda um novo serviço, de “embarque preferencial”. Disponível a partir de meados de Março, este permitirá embarcar imediatamente depois dos passageiros de executiva e/ou gold e silver.

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