Limpar livros de pecados linguísticos, ou o elogio da estupidez

Atualmente, os leitores não podem ser confrontados com o que é ofensivo e fora das lentes atuais. Não devem aprender que o mundo nem sempre foi como é, que o quadro de valores das comunidades evolui.

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No caso dos livros de 007, foi limpa a linguagem racista sobre negros – permanecendo linguagem racista sobre outras etnias e nacionalidades, bem como expressões sexistas Leon Neal /AFP

Somerset Maugham, um dos mais celebrados escritores britânicos do século XX, autor de Servidão Humana e No Fio da Navalha, publicou, em 1930, The Gentleman in the Parlour. Está traduzido por cá pela Tinta da china, num livro lindo de capa dura verde e preta, como Um Gentleman na Ásia. Lá dentro, Maugham conta-nos uma viagem entre Rangun (então parte da Índia britânica) e Hong Kong (essa possessão exigida aos chineses pelo governo de sua majestade – na altura, Victoria – depois da Primeira Guerra do Ópio, ela própria, de resto, outro exemplo de patifaria europeia).

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