Professora morre depois de ser esfaqueada por aluno em escola no Sudoeste de França

Estudante de 16 anos atacou professora a meio de uma aula numa escola secundária de Saint-Jean-de-Luz. “Motivação terrorista” praticamente excluída pelas autoridades.

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Polícia local em frente à escola em Saint-Jean-de-Luz Reuters/VINCENT WEST

Uma professora francesa de 52 anos que dava aulas de Espanhol numa escola secundária em Saint-Jean-de-Luz, no Sudoeste de França, junto à fronteira com Espanha, morreu esta quarta-feira depois de ter sido esfaqueada por um aluno, em plena aula.

O estudante, de 16 anos, foi detido pela polícia local pouco depois do ataque, ocorrido por volta das 9h00 (menos uma hora em Portugal continental), e é agora alvo de uma investigação criminal.

Fontes próximas do caso disseram à agência noticiosa AFP que, apesar de não haver relatos ou registos de quaisquer problemas com o corpo docente da escola ou alguma espécie de ressentimento conhecido sobre aquela professora em concreto, o aluno terá tido um “momento de loucura”, pelo que está praticamente excluído um cenário de “motivação terrorista”.

Outras fontes revelaram à televisão BFM e à agência Reuters que o jovem contou a um outro professor da escola Saint-Thomas d’Aquin que “uma voz” o tinha instruído a avançar com o ataque.

Ainda que França não seja um país com grandes problemas no que toca à segurança dos seus professores, o número de ataques dirigidos a este grupo de profissionais aumentou nos últimos anos.

O mais mediático, e aquele que teve contornos mais perturbadores, aconteceu em Outubro de 2020, quando o professor Samuel Paty foi decapitado por um islamista extremista numa rua perto da sua escola, em Conflans-Sainte-Honorine, nos arredores de Paris.

Segundo a imprensa francesa e as testemunhas oculares do ataque desta quarta-feira, o suspeito levantou-se da cadeira durante uma aula de Espanhol na escola católica privada e, depois de ter trancado a porta da sala, revelou uma faca, cuja lâmina tinha cerca de 10 centímetros, e atingiu a professora no peito, sem proferir uma única palavra.

A intervenção rápida da polícia e das equipas de emergência médica não foi, ainda assim, suficiente para salvar a vida da professora, que morreu devido aos ferimentos causados pela faca, explicou à AFP o procurador de Baiona, Jerome Bourrier.

“O assassínio de uma professora em Saint-Jean-de-Luz enche-nos de intensa emoção”, escreveu no Twitter o Presidente francês, Emmanuel Macron. “Partilho a dor da sua família, dos seus colegas, dos seus alunos e dos nossos professores, que dedicam as suas vidas a transmitir conhecimento às gerações futuras”, acrescentou.

Também no Twitter, o ministro da Educação, Pap Ndiaye, descreveu um “dia triste para a Educação nacional” e anunciou um minuto de silêncio em todas as escolas do país na quinta-feira, às 15 horas.

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