Ex-Presidente do Peru prestes a ser acusado de liderar organização criminosa

Pedro Castillo é suspeito de ter montado um esquema para se favorecer financeiramente e aos seus aliados.

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Pedro Castillo foi deposto em Dezembro Presidency of Peru/EPA

O ex-Presidente do Peru, Pedro Castillo, foi acusado de liderar uma associação criminosa, de tráfico de influências e conspiração contra o Estado pela comissão permanente do Congresso peruano. A acusação será agora levada a plenário e, se for aprovada, o caso regressa à Procuradoria-Geral da República, cujas investigações preliminares desencadearam este procedimento parlamentar.

As suspeitas sobre Castillo dizem respeito a três casos de alegada corrupção que terão ocorrido durante o seu mandato e não estão relacionados com a rebelião de que o ex-Presidente também é acusado, por ter tentado dissolver o Congresso, em Dezembro, escassas horas de ser votado o seu terceiro impeachment.

Um dos casos refere-se à adjudicação da construção de uma ponte a uma empresa depois de uma representante dessa companhia ter feito pelo menos seis visitas ao gabinete de Castillo em poucos meses. Outro caso está relacionado com a atribuição de obras públicas a certas empresas com quem o ex-Presidente e alguns ministros tinham relações privilegiadas. Por fim, no terceiro caso investigam-se subornos alegadamente pagos a Castillo, amigos e familiares num negócio de compra de biodiesel pela companhia petrolífera estatal Petroperú.

Estes não são os únicos casos de corrupção e mau uso dos dinheiros públicos em que Pedro Castillo é suspeito de estar envolvido durante o ano e meio do seu mandato, que terminou abruptamente com a sua detenção em Dezembro. Deposto nessa ocasião, o antigo governante está em prisão preventiva que deverá durar um máximo de 18 meses.

Conjuntamente com Castillo, a comissão permanente do Congresso decidiu acusar igualmente os seus ex-ministros da Habitação, Geiner Alvarado, e dos Transportes, Juan Silva. Ambos são suspeitos de integrar a organização criminosa alegadamente liderada pelo ex-Presidente.

Entretanto, a actual detentora do cargo voltou a pedir aos deputados que tomem uma decisão sobre a antecipação das eleições presidenciais. Ao assinalar dois meses na presidência, Dina Boluarte afirmou que o Congresso deve “olhar com responsabilidade” para o que os peruanos pedem nas ruas, adiantando as eleições para 2023. Em Dezembro, os deputados resolveram antecipar as eleições para Abril de 2024. O actual mandato deveria terminar em 2026.

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