Pica-paus enfiaram 317,5 quilos de bolotas nos buracos de uma casa na Califórnia

Exterminador de pragas foi contactado por causa de larvas numa moradia. Pensava que o motivo era um animal morto, escondido algures. Afinal, a causa era uma monumental colecção de bolotas.

Foto
Os pica-paus armazenam milhares de bolotas para os meses de Inverno Nick’s Extreme Pest Control/Facebook

A meio de Dezembro, Nick Castro, responsável por uma pequena empresa norte-americana que trabalha no sector do controlo de pragas, recebeu uma chamada relativamente mundana (para ele): uma pessoa, residente no estado da Califórnia, estava a queixar-se de larvas, que estavam a aparecer nas paredes da sua casa.

Castro, que tem 42 anos, leva já mais de 20 neste ramo. A experiência levou-o a assumir que este era um caso típico: havia dentro de casa um animal morto, que estava a atrair os insectos. O cadáver tinha de ser retirado e o buraco que no início desta história tinha permitido ao animal entrar dentro de casa tinha de ser tapado.

O exterminador foi surpreendido pelo cenário que o esperava: quando, com uma faca, fez um buraco na parede de um dos quartos, no segundo andar da habitação, começaram a cair bolotas. Milhares de bolotas. Tantas bolotas que se formou um monte.

Nick, que no final de Janeiro partilhou fotografias desta sua invulgar intervenção na página de Facebook da sua empresa, diz que precisou de oito sacos do lixo para pôr as bolotas todas. De acordo com o controlador de pragas, o peso total destes sacos rondou uns impressionantes 317,5 quilogramas.

Quando este peso foi transportado por Castro e pelos seus colegas para dentro da sua carrinha, os técnicos viram pica-paus (e também, espalhadas pelo chão, umas quantas bolotas) nas imediações da casa.

O jornal norte-americano The Washington Post escreve que os pica-paus, conhecidos pelos seus poderosos bicos, haviam feito “centenas de buracos na chaminé”, onde, segundo a teoria de Castro, eles terão armazenado bolotas durante “dois a cinco anos”. Os frutos terão depois “deslizado por uma cavidade na parede”, descendo rumo ao sítio onde Castro os encontrou, especula este exterminador.

Foto
Nick Castro a tentar remover as milhares de bolotas guardadas pelos pica-paus NICK’S EXTREME PEST CONTROL/FACEBOOK

Os pica-paus são “coleccionadores de bolotas prodigiosos”, refere o jornal britânico The Guardian, salientando que estas aves costumam armazenar milhares destes frutos em pequenos buracos que fazem em cepos de árvores envelhecidas.

“O instinto de enfiar uma bolota num buraco e guardá-la é muito forte para estes indivíduos”, conta ao The Guardian a investigadora Angela Brierly, que estuda estas aves na Hastings Natural History Reservation, uma reserva natural na Califórnia.

Paul Bannick, autor de dois livros sobre pica-paus, diz ao The Washington Post que os pica-paus armazenam milhares de bolotas para os meses de Inverno com frequência.

“É um processo compulsivo”, afirma Bannick, que também é responsável pela Conservation Northwest, uma organização de preservação da vida selvagem em Seattle. Se os pica-paus souberem que há bolotas no chão, “eles vão coleccionar e armazenar tantas quantas puderem”, explica.

Como as bolotas continuavam a deslizar pela cavidade na parede, os pica-paus não conseguiam chegar a elas. Portanto, simplesmente continuaram a encher os buracos nas chaminés de bolotas, escreve o The Guardian.

Na publicação que fez no Facebook, e em jeito de brincadeira, Nick Castro descreveu como “acumuladoras” as aves que terão feito isto. “Nunca me deparei com algo assim”, acrescentou, assim descrevendo a sua experiência surreal.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários