Palcos da semana: de Nikias Skapinakis ao circo e à política, com amor

Às Vezes o Amor anda à solta pelo país. De caminho temos a escala de Tirana, a arte de Nikias Skapinakis, o circo Passagers e o Festival Política.

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Os NikiaS do Nikias, a nova exposição do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado SHAMILA MUSSA/ARQUIVO
Produção de fotografia do concerto de Jorge Palma, Rui Massena e Orquestra de Coimbra nos Coliseus Lisboa e Porto, em Lisboa.
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Às Vezes o Amor anda por aí com Jorge Palma DR
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Tirana, uma peça coreográfica de Luísa Saraiva DR
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Les 7 Doigts de la Main trazem Passagers a Portugal Alexandre Galliez
Cineteatro Alba
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Dino D'Santiago é um dos convidados do Festival Política DR

Às Vezes o Amor anda por aí

Alinhado com as setas de São Valentim, o festival Montepio Às Vezes o Amor volta a dar música ao coração, espalhando notas que vão da cantautoria ao rock, passando pelo fado, pela soul, pelo jazz ou pela electrónica.

No mapa desta nona edição estão 14 cidades e concertos únicos de artistas com lugar reservado na banda sonora nacional. Um deles é Jorge Palma, que abraçou o desafio da organização para dar voz às “canções de amor que marcaram a sua vida”, juntando à bitola uma orquestra e as vozes de Marisa Liz, Márcia e A Garota Não.

Na rota do romântico estão também os talentos de Aurea, Cristina Branco & João Paulo Esteves da Silva, Fernando Daniel, GNR, João Pedro Pais, Lena D’Água, Luísa Sobral, Mafalda Veiga, Neev, Paulo Gonzo, Pedro Abrunhosa e Syro.

A fisicalidade do canto feminino na escala de Tirana

Em Setembro de 2022, foi um dos destaques do Museu como Performance na Fundação de Serralves (Porto). Agora, Tirana estreia-se em Lisboa, numa versão adaptada à sala que a acolhe.

O ponto de partida é o mesmo: as canções populares entoadas por mulheres na região da Beira Baixa e terras de Arões, e a fisicalidade da voz que serve assuntos como o trabalho feminino, a maternidade ou a violência de género.

O resultado vem descrito como uma “coreografia sonora imersiva” que procura “mapear as fronteiras entre a respiração, o som e o canto”. Uma peça de Luísa Saraiva que conta com as paisagens sonoras de Inês Tartaruga Água.

Os NikiaΣ do Nikias

Nascido em Lisboa, o artista de ascendência grega Nikias Skapinakis (1931-2020) é um dos nomes centrais da arte portuguesa contemporânea.

Com um currículo vasto e dominado pela pintura – desenho, litografia, serigrafia e ilustração são outras das áreas que lhe deram tela à inspiração –, Nikias é aqui visto não só como autor, mas também como coleccionador da própria obra. Em exposição estão 80 trabalhos escolhidos pelo artista para integrarem o seu acervo privado, acompanhados de textos e notas que fazem uma auto-reflexão e, sugere o comunicado, comprovam que “o melhor comentador de Nikias é o próprio Nikias”.

A curadoria é partilhada entre Helena Skapinakis (filha do artista) e Maria de Aires Silveira.

Estranhos em trânsito

Nesta viagem de comboio onde as cenas se desenrolam a alta velocidade, há encontros e desencontros, bagagens e paisagens, passageiros e histórias contadas com habilidade e exuberância.

Passagers mostra-se pela primeira vez em Portugal, cortesia da companhia de circo contemporâneo Les 7 Doigts de la Main. Formado por artistas que já passaram pelo Cirque du Soleil, o colectivo canadiano tem arrecadado aplausos da crítica com os seus espectáculos que combinam teatro, música, dança e acrobacias.

Com direcção de Shana Carroll, esta criação assenta nas ligações fugazes, mas belas e importantes, que se estabelecem no quotidiano entre desconhecidos. Uma celebração da Humanidade e das relações interpessoais que dá seguimento à linha dos trabalhos anteriores da companhia.

Artes para derrubar fronteiras

Dedicado à cidadania e aos direitos humanos, o Festival Política torna a hastear a sua bandeira.

Em jeito de aquecimento para a edição marcada no calendário para Novembro, Coimbra abre portas a dois dias de actividades apontadas à consciencialização cívica – este é, aliás, o debute na Cidade do Conhecimento, depois de, em anos anteriores, ter passado por Lisboa, Braga, Évora e Loulé.

O programa abre com uma conversa com Dino D'Santiago, Ana Cortez Vaz e Rui Oliveira Marques centrada na questão A música pode derrubar muros? (exclusiva para o público escolar).

No segundo dia há encontro marcado com a oficina Tangram - Somos Natureza, focada na importância da conservação dos ecossistemas; o documentário A Música Invisível, onde Tiago Pereira retrata a música cigana em Portugal, seguido de concerto e conversa; e A Grande Mentira de Hugo van der Ding, uma aula ao vivo pautada por doses generosas de História e de humor mordaz.

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