Mais de 150 trabalhadores da SIC em protesto silencioso por aumentos salariais
Plenário de trabalhadores aprovou, “por maioria quase total”, um protesto silencioso, levado a cabo durante dez minutos e dentro das instalações do grupo Impresa, em Lisboa e no Porto.
Mais de 150 trabalhadores da SIC protestaram em silêncio, nas instalações da Impresa, nesta quarta-feira, por aumentos salariais para todos, para fazer face ao aumento do custo de vida, disse à Lusa Rodrigo Gonçalves, da Comissão de Trabalhadores (CT).
“Há várias pessoas que não são aumentadas há mais de 20 anos e os aumentos que existiram ao longo destes anos foram individuais, sempre, e um bocadinho discricionários e muito pouco transparentes”, explicou à Lusa o responsável da CT.
Assim, no último plenário de trabalhadores, foi aprovado, “por maioria quase total”, um protesto silencioso, levado a cabo na quarta-feira, durante dez minutos e dentro das instalações do grupo Impresa, em Lisboa e no Porto. Segundo a CT, o protesto contou com a adesão de 150 trabalhadores em Lisboa e mais de 20 no Porto.
Em causa está uma proposta da CT, rejeitada pela administração, de aumentos salariais acima da inflação média de 2022 (7,8%) para ordenados brutos até 2 mil euros, a negociar posteriormente.
A proposta previa também um aumento salarial de 5,1% para ordenados entre os 2 mil e os 3 mil euros, em linha com a proposta do Governo, e um aumento entre 1% e 3%, a negociar posteriormente, para ordenados brutos acima dos 3 mil euros.
Adicionalmente, a CT propunha o reforço do subsídio de alimentação para o valor máximo não tributável de 8,32 euros.
Destas, a administração apenas aceitou o reforço do subsídio de alimentação e aplicou, a partir deste ano, aumentos de 2% para ordenados brutos entre 1750 e 2 mil euros, de 2,5% entre 1500 e 1749 euros, de 3% entre 1250 e 1459 e de 3,5% para quem ganha até 1249 euros brutos. “Estamos a falar de aumentos na ordem de 20, 30 euros”, acrescidos do reforço do subsídio de alimentação, apontou Rodrigo Gonçalves.
A Administração reforçou depois a proposta, que vai entrar em vigor em Abril, para ordenados brutos até mil euros, que, face aos resultados que o grupo Impresa tiver, passarão a mil euros líquidos, entre Abril de 2023 e Abril de 2024. Em Abril deste ano, aqueles ordenados terão já um aumento de cerca de 15%.
No entanto, de acordo com a CT, esta medida cria uma situação de “injustiça”, uma vez que abrange trabalhadores que entraram recentemente na empresa, ao passo que, quem recebe entre os mil e os 1100 euros, “muita gente” que tem entre dez e 20 anos de ‘casa’, não é abrangido pelo reforço. Relativamente ao protesto de quarta-feira, Rodrigo Gonçalves disse que a CT ainda não foi contactada pela administração, mas espera que tal aconteça no decorrer desta semana.