Reserva Federal abranda ritmo de subida dos juros nos EUA

Autoridade monetária norte-americana voltou esta quarta-feira a subir juros para travar a inflação, mas fê-lo de uma forma mais moderada do que nas reuniões anteriores

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Jerome Powel, presidente da Reserva Federal norte-americana EPA/MICHAEL REYNOLDS

Finalmente, ao fim de quatro subidas de juros de 0,75 pontos percentuais e duas de 0,5 pontos, a Reserva Federal norte-americana (Fed) deu esta quarta-feira um pequeno sinal de que pode estar mais próximo o fim do seu combate contra a inflação.

É verdade que, pela oitava reunião consecutiva, voltou a elevar o nível das suas principais taxas de juro, prometendo ainda novas subidas. Mas fê-lo desta vez em apenas 0,25 pontos percentuais, o que significa que abrandou o ritmo a que tem vindo a elevar o custo do dinheiro na economia norte-americana.

As subidas das taxas de juro da Fed, tal como acontece com todos os bancos centrais, têm como objectivo dificultar o acesso ao crédito na economia com a intenção de arrefecer a procura e, deste modo, limitar a subida dos preços.

Nos EUA, a principal taxa de juro da Fed, que esteve perto de zero até Março, já está, com as diversas subidas realizadas pela Fed, no intervalo entre os 4,5% e os 4,75%. E o abrandamento agora verificado pode significar que está mais perto do nível mais alto que a entidade liderada por Jerome Powell considera necessário para controlar a inflação.

A subida de 0,25 pontos percentuais agora decidida surge numa altura em que a inflação nos EUA já está a apresentar, há seis meses consecutivos, uma trajectória descendente. Em Dezembro, cifrou-se nos 6,5%, já consideravelmente abaixo do pico de 9,1% registado em Junho.

Ainda assim, no comunicado que acompanhou a decisão, os responsáveis da Fed assinalaram que novas subidas de taxas de juro ainda serão necessárias, afirmando que “a inflação se suavizou de alguma forma, mas mantém-se elevada”. Deram também poucos sinais de que o efeito recessivo para a economia que pode advir da política monetária restritiva seja uma preocupação urgente. A Fed, embora reconheça o crescimento modesto que se espera no consumo e na produção, refere que a taxa de desemprego se mantém baixa e a criação de emprego robusta.

Em conferência de imprensa, Jerome Powell também optou pela prudência no discurso. Assinalando que os mercados estão a antecipar uma descida mais rápida da inflação do que a Fed, deixou claro que as subidas de juro não deverão ficar por aqui. "Vamos ser muito cuidadosos a declarar vitória", disse Jerome Powell.

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