Rui Rocha acusa António Costa de não ouvir “bom senso” de Marcelo sobre questionário

Novo líder da Iniciativa Liberal acusou o primeiro-ministro de “incoerência total” ao não aplicar o questionário aos governantes actuais.

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O novo líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, foi recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa LUSA/TIAGO PETINGA

O recém-eleito presidente da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, acusou esta quarta-feira o primeiro-ministro de não ouvir as recomendações "de bom senso" do Presidente da República sobre o questionário para governantes, considerando que está "em fuga para a frente".

"[Temos] um primeiro-ministro em fuga para a frente, que vai sacando da cartola alguns truques, mas que depois se recusa até a ouvir as recomendações, que são recomendações de bom senso, do senhor Presidente da República", defendeu o líder liberal.

Rui Rocha, que foi eleito este fim-de-semana presidente da IL, foi esta quarta-feira recebido pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, no Palácio de Belém, fazendo-se acompanhar dos vice-presidentes Ricardo Pais Oliveira e Angélique da Teresa e da presidente do Conselho Nacional, Mariana Leitão.

Para o presidente da IL, "já que há o tal mecanismo então não se compreende que ele não seja aplicado a governantes actuais". Acusou por isso António Costa de "incoerência total".

Rocha referiu que na audiência foi abordado o tema do questionário aplicado pelo executivo a potenciais novos secretários de Estado e ministros e considerou que António Costa está em "fuga para a frente".

"A evidência de que se trata de uma fuga em frente porque [o primeiro-ministro] aplica o tal mecanismo, valha ele o que valer, às novas contratações, digamos assim, aos novos recrutamentos, mas depois não o quer aplicar a quem já está no governo. O senhor Presidente da República já se pronunciou sobre esse tema. Nós consideramos isso uma evidência da degradação da situação política", considerou.

O líder liberal lembrou também que a IL apresentou em Dezembro uma moção de censura ao Governo – que acabou chumbada este mês.

"A solução que o senhor Presidente da República diz que é única, nós temos um entendimento que há outras soluções possíveis", defendeu, sublinhando que o Governo "é absolutamente irrecuperável".

O presidente da IL disse ter tido uma "reunião muito proveitosa" com Marcelo Rebelo de Sousa, em que abordaram temas como as alterações à lei eleitoral pretendidas pelo partido, o processo de revisão constitucional ou o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), vincando que esta "oportunidade não pode ser desperdiçada".

Neste encontro Rui Rocha disse ainda que apresentou e garantiu a Marcelo "a cooperação institucional, leal, da IL com a Presidência da República" ainda que "também exigente".

Na terça-feira, em Oeiras, o primeiro-ministro insistiu que o questionário adoptado pelo Governo apenas se aplica a novos secretários de Estado ou ministros e que os membros em funções já prestaram informações ao parlamento e ao Tribunal Constitucional.

O primeiro-ministro respondeu após confrontado com a ideia do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de que os actuais membros do Governo também devem preencher o questionário aplicado pelo executivo a potenciais novos secretários de Estado e ministros.

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