Kremlin diz estar alarmado com o Relógio do Apocalipse e culpa os EUA e a NATO

Guerra na Ucrânia e a ameaça nuclear vinda da Rússia foram os grandes motivos para os últimos avanços dos ponteiros do relógio metafórico. Mas Moscovo também diz estar alarmado com o Doomsday Clock.

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Foi a 76.ª vez que os ponteiros do Relógio do Apocalipse (Doomsday Clock) foram acertados LEAH MILLIS/Reuters

O Kremlin manifestou inquietação quanto ao facto de o Relógio do Apocalipse (ou Doomsday Clock) estar mais perto do fim do que alguma vez esteve, mesmo que os cientistas que movem os ponteiros deste relógio metafórico se tenham referido a Moscovo e às suas “ameaças veladas” para usar armas nucleares como um dos grandes motivos para a decisão deste ano.

O Relógio do Apocalipse, criado pela revista Bulletin of the Atomic Scientists para ilustrar quão perto a humanidade está do fim do mundo, ficou desde a última terça-feira a 90 segundos da meia-noite, o que é dez segundos mais perto do que nos últimos três anos e mais perto do fim do que alguma vez esteve. Neste relógio, a meia-noite simboliza a autodestruição da humanidade.

“A situação como um todo é realmente alarmante”, disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin aos jornalistas, apelando a uma análise sóbria das tensões entre a Rússia e o Ocidente devido à guerra na Ucrânia. O porta-voz disse ainda que não havia qualquer perspectiva de distensão, com base “na linha que foi escolhida pela NATO e os Estados Unidos”. “Isto impõe-nos o dever de sermos particularmente cuidadosos, para estar alerta e para ter as medidas apropriadas”, disse.

Na terça-feira, Rachel Bronson, presidente da Bulletin of the Atomic Scientists, abordou repetidamente os avisos de Vladimir Putin e de outros políticos russos de que Moscovo pode estar preparado para usar armas nucleares como um factor-chave da decisão para avançar os ponteiros do Relógio do Apocalipse. “As ameaças veladas da Rússia para usar armas nucleares lembram o mundo que a escalada do conflito por acidente, intenção ou erro de cálculo são um risco terrível”, afirmou Rachel Bronson.

Pela primeira vez, este ano o comunicado sobre a decisão do Relógio do Apocalipse teve uma versão em ucraniano.

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