Frio não dá tréguas: Portugal deverá voltar a estar todo sob aviso amarelo no sábado

Esta quinta deverá ser de chuva fraca e, em alguns distritos, uma subida tímida das mínimas, mas o desconforto térmico permanecerá elevado. Janeiro é assim mesmo, lembra uma meteorologista do IPMA.

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À excepção desta quinta-feira (chuva fraca), os dias deverão continuar a ser de sol Paulo Pimenta

O frio dos últimos dias vai continuar a “atacar”. O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) prevê alguma precipitação para esta quinta-feira, o que em algumas regiões do país deverá contribuir para uma subida muito tímida das temperaturas mínimas, mas prevê também uma intensificação do vento, o que aumentará a sensação de desconforto térmico.

Sexta já deverá ser um dia de sol, mas ainda com os termómetros lá em baixo. E este deverá ser o panorama até aos primeiros dias da próxima semana (no mínimo). “Tudo indica” que, este sábado, Portugal continental voltará a ter cada um dos seus 18 distritos sob aviso amarelo devido às temperaturas baixas.

Di-lo a meteorologista do IPMA Madalena Rodrigues, que, ao PÚBLICO, começa por contar que esta não deverá ser uma quinta-feira imensamente chuvosa. A precipitação, que deverá começar “a partir do meio da manhã” no Norte, antes de se estender ao resto do território, deverá ser fraca — sendo que, nas terras altas das regiões Norte e Centro, deverá cair na forma de neve.

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O frio pode abrandar ligeiramente a partir de quinta-feira, mas este sábado Portugal continental volta a ter cada um dos seus 18 distritos sob aviso amarelo.

Tiago Bernardo Lopes,Ana La-Salete Silva

Há distritos onde, graças ao tempo húmido, haverá uma subida marginal das temperaturas mínimas. Deverá ser mesmo marginal, de acordo com as previsões do IPMA. Em Lisboa, por exemplo, as mínimas deverão passar dos quatro graus Celsius (esta quarta) para os 5ºC (quinta e sexta). Em Setúbal também deverá haver um salto, este dos 2ºC para os 4ºC.

Mas há igualmente distritos onde os termómetros vão registar valores mais baixos. Distritos como por exemplo o Porto (uma queda dos 3ºC, esta quarta, para apenas um grau de mínima, esta quinta) e Castelo Branco (dos 3ºC para um grau negativo).

Muito desconforto térmico

Seja qual for o caso, salienta Madalena Rodrigues, o desconforto térmico deverá aumentar face ao início da semana. A especialista diz que, como as subidas serão tímidas nas regiões onde as mínimas vão aumentar, vai continuar a fazer bastante frio. E agora haverá vento provavelmente forte a atacar em simultâneo.

Haverá uma “intensificação do vento, quer na faixa costeira, quer nas terras altas”, afirma a meteorologista do IPMA, explicando que o anticiclone que tem sido o responsável pelo frio dos últimos dias, tendo transportado para Portugal continental uma massa de ar frio vinda do Norte da Europa, permanece colado à Península Ibérica.

Esta quinta, “vamos ter uma passagem de uma frente fria de fraca actividade”, acrescenta, explicando o porquê da passageira precipitação fraca. “O anticiclone continua lá; a frente fria vai passar pelo meio dele.”

Possíveis ondas de frio

A meteorologista diz que neste momento é possível que algumas estações meteorológicas venham a registar situações de onda de frio — uma onda de frio ocorre quando, durante seis dias seguidos ou mais, a temperatura mínima do ar é inferior em pelo menos cinco graus Celsius face ao valor médio das mínimas diárias no período de referência (1961-1990).

“Principalmente na Guarda”, repara, é possível que, entre esta quinta e o começo da próxima semana, as mínimas caiam de tal modo que venhamos a ter ondas de frio. Madalena Rodrigues diz, porém, que não haverá nada de muito incomum sobre este período de temperaturas mais baixas, tendo em conta a altura do ano em que estamos.​

“Sou de Trás-os-Montes e, lá, os mais antigos têm um provérbio que é assim: ‘Janeiro, para ser Janeiro, tem de ter 31 geadas; se não as tiver, tem de as pedir emprestadas aos outros meses. Janeiro é assim mesmo: é o mês do frio, das geadas. Estas temperaturas baixas são normais para esta época do ano, não há aqui nenhuma anormalidade”, assinala.

Lidar com o frio

Como lidar com o frio? “Evitar a exposição prolongada” ao mesmo e a “mudanças bruscas de temperatura” é uma das recomendações feitas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). Manter o corpo quente, vestindo várias camadas de roupa, e proteger as extremidades do corpo, “utilizando luvas, gorro, cachecol, meias quentes e calçado quente e antiderrapante”, também é importante.

A DGS recomenda ainda que a população se mantenha hidratada, consumindo sopas e bebidas quentes — e evitando também a ingestão de bebidas alcoólicas, que proporcionam “uma falsa sensação de calor”.

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