Tatjana Patitz, ícone das capas de revistas dos 80 e 90, morreu aos 56 anos

A modelo alemã fez parte da geração de top models e brilhou no vídeo de Freedom! ‘90, de George Michael, com Cindy Crawford, Christy Turlington, Linda Evangelista e Naomi Campbell.

Foto
Tatjana Patitz foi uma das primeiras top models Reuters/CHRISTIAN CHARISIUS/arquivo

A top model Tatjana Patitz, que nos anos 80 e ao longo dos 90 do século passado foi presença constante nas capas das mais conceituadas revistas de moda, morreu nesta quarta-feira, aos 56 anos, informou a sua agente, Corinne Nicolas, da Model CoOp, noticiaram os meios norte-americanos.

De acordo com Corinne Nicolas, citada pelo The Washington Post, Tatjana Patitz morreu de doença, sem que tenha sido especificada a enfermidade em causa, em Santa Barbara, Califórnia, onde residia.

Patitz nasceu em Hamburgo, em 1966, na então República Federal da Alemanha, mas passou a sua infância em Skanör, Suécia. O pai, alemão, era um jornalista de viagens, o que lhe abriu mundo; a mãe, uma bailarina estónia, chegou a actuar no icónico Lido de Paris.

Deu os primeiros passos no mundo da moda aos 17 anos, depois de ter sido seleccionada como finalista do concurso Elite Model Look. Acabaria em terceiro lugar, o que lhe angariou um contrato e uma nova vida em Paris. No fim de 1985, foi capa da edição britânica da revista Vogue. Seguiram-se mais de uma centena de capas de revistas conceituadas.

Foto
Da esquerda para a direita: Naomi Campbell, Linda Evangelista, Tatjana Patitz, Christy Turlington e Cindy Crawford DR

A década seguinte arrancou com uma capa, tanto na edição britânica como norte-americana da Vogue, que juntava Patitz a Cindy Crawford, Christy Turlington, Linda Evangelista e Naomi Campbell, num retrato que fomentou o fenómeno das supermodelos dos anos 90. E as cinco foram convidadas por George Michael a integrarem o videoclip de Freedom! ‘90, que trazia uma novidade.

No vídeo, as modelos não vestem qualquer papel romântico, como era até aí hábito, mas movem os lábios ao som do tema. E Michael não apareceu no filme, realizado por David Fincher (as figuras masculinas que surgem são também modelos: John Pearson, Scott Benoit, Peter Formby e Todo Segalla, além do fotógrafo Mario Sorrenti). Resultado: Campbell, Crawford, Evangelista, Patitz e Turlington passaram a ser conhecidas como as "the big five".

Ao longo dos anos 90, Tatjana Patitz tentou o cinema, mas sem um expressivo sucesso: foi Cheryl Lynn Austin, um papel secundário no filme Sol Nascente (1993), com Sean Connery, Wesley Snipes e Harvey Keitel; e também Leight Woodfield na trama ​Restraining Order (1999), ao lado de Eric Roberts e Hannes Jaenicke.

Mas era na moda que dava cartas, tendo trabalhado com todos os grandes, como o fotógrafo Peter Lindbergh que, no seu livro, 10 Mulheres, escreveu: “Admiro Tatjana porque permanece sempre ela própria. É muito delicada, mas ao mesmo tempo muito forte — s​abe defender o que pensa.”

Também desfilou para as maiores casas de moda e estilistas: Chanel, Jean Paul Gaultier, Karl Lagerfeld, Salvatore Ferragamo, Valentino, Versace, Vivienne Westwood...

O avançar dos anos não a afastou das capas das revistas, ao mesmo tempo que se distinguiu pelo seu activismo em prol de várias causas, nomeadamente contra a política da idade na moda. “Estou orgulhosa das minhas rugas”, declarou numa entrevista de 2019. “Trabalhei para cada uma delas e elas pertencem-me. Envelhecer é bonito.”

Da sua vida pessoal pouco se sabe, além de ter tido um relacionamento romântico com o cantor britânico Seal, entre 1997 e 2003, e de ter sido casado com Jason Johnson, entre 2003 e 2009, com quem teve um filho, Jonah, actualmente com 18 anos.

Sugerir correcção
Comentar