Inflação nos EUA cai para o nível mais baixo em mais de um ano

Preços caem face a Novembro e taxa de inflação homóloga passa dos 7,1% para 6,5%. Tarefa da Reserva Federal parece estar a ficar mais próxima de estar concluída.

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Loja em Nova Iorque, nos Estados Unidos Reuters/Brendan McDermid

Pela primeira vez em dois anos e meio, os preços nos Estados Unidos foram em média mais baixos do que o ano anterior, prolongando a queda da taxa de inflação homóloga e reforçando os sinais de que o pior já parece ter ficado para trás na crise de preços na maior economia do planeta.

Os dados da inflação do mês de Dezembro publicados esta quinta-feira pelo Departamento do Trabalho dos EUA surpreenderam os analistas pela positiva. Registou-se no último mês do ano uma descida de 0,1% nos preços dos bens e serviços face ao mês de Novembro. É a primeira vez que tal acontece desde Maio de 2020, o que revela a forma cada vez mais clara como as pressões inflacionistas se estão a desanuviar na economia norte-americana.

Esta ligeira redução dos preços face ao mês anterior conduziu a que a taxa de inflação homóloga (que compara os preços face ao mesmo mês do ano passado) voltasse a registar em Dezembro uma diminuição, passando dos 7,1% de Novembro para 6,5%, o valor mais baixo em mais de um ano.

Desde Junho que a inflação homóloga nos EUA tem vindo a recuar, depois de atingir o máximo de mais de 40 anos, de 9,1%.

O principal contributo para a descida da inflação registada em Dezembro veio dos combustíveis, cujos preços caíram 12,5% face a Novembro.

Embora seja verdade que a inflação ainda está bem acima da meta definida pela Reserva Federal (Fed), os dados agora publicados vêm reforçar a ideia de que o responsáveis pela política monetária dos EUA estão, ao fim de várias subidas de taxas de juro, a conseguir colocar os preços numa trajectória descendente bastante sólida.

Isto deverá alimentar ainda mais as expectativas, que têm vindo a crescer nos últimos meses nos mercados, de que a Fed pode finalmente começar a pensar em colocar um ponto final nas subidas de taxas de juro. Ainda assim, a contrariar este optimismo, persiste na Fed o receio de que, com níveis de desemprego ainda muito baixos, se possa assistir a um sobreaquecimento do mercado de trabalho que torne a inflação mais persistente.

Na reunião agendada para o último dia deste mês e para o primeiro do próximo, os responsáveis máximos da Fed deverão dar mais indicações sobre o rumo que pretendem dar à política monetária nos próximos meses. Alguns dias depois, será a vez do Banco Central Europeu (BCE) fazer o mesmo.

Na zona euro, a taxa de inflação homóloga também recuou, mas apenas pelo segundo mês consecutivo, encontrando-se neste momento claramente a um nível mais elevado do que nos EUA, ainda nos 9,2%.

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